Polícia conclui inquérito de operação com 20 presos e R$ 8 milhões congelados
Já está com o Ministério Público o inquérito de uma das maiores investigações contra lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, realizada pela Polícia Civil de Poços de Caldas (MG). O processo da “Operação Audacium” tem 20 volumes e mais de quatro mil páginas. A ousadia dos suspeitos deu origem ao nome da operação, já que eles agiam a 300 metros da delegacia.
Durante sete meses de investigações, 20 pessoas foram presas e 25 veículos, quase todos de luxo, foram apreendidos. Contas bancárias, sítios e chácaras já estão bloqueados, patrimônio avaliado em R$ 8 milhões, tudo conseguido com o dinheiro do tráfico de drogas.
“Foi uma operação que eu considero uma das maiores já realizadas em Poços de Caldas e com efeito direto na contenção da criminalidade, da mercancia ilícita de drogas”, disse o delegado regional Gustavo Henrique Manzoli.
A Operação Audacium foi deflagrada no dia 11 de junho. Mais de 100 policiais civis, com apoio de helicóptero e cães farejadores, saíram às ruas de Poços de Caldas com 44 mandados de busca e apreensão e também de prisão. Mas nem tudo saiu como previsto. Quando a polícia estourou o ponto de drogas, os principais responsáveis já tinham fugido.
“Houve frustração em razão da quantidade de mandados de prisão cumpridos, mas o saldo foi positivo naquela oportunidade pela apreensão de veículos importantes para a investigação, pela apreensão de seis investigados também e de várias informações no bojo desses mandados de busca e apreensão, que propiciaram a continuação da investigação e localização dos demais envolvidos”, disse o delegado Cleyson Rodrigo Brene.
A partir daí a operação foi ganhando novas fases e um a um, os suspeitos foram sendo presos. As prisões aconteceram em Poços de Caldas, no interior e no litoral paulista. Em Ubatuba, no litoral paulista, três suspeitos, apontados como líderes do grupo, foram presos e mais dois veículos apreendidos. Já em Águas da Prata (SP), a polícia prendeu um dos líderes do grupo, que dava nome ao ponto de drogas.
Para a polícia, o dinheiro obtido com a venda de drogas era usado na compra dos veículos de luxo e de imóveis, o que comprovava a teste de lavagem de dinheiro.
“Nós temos os bloqueios realizados nas contas bancárias dos investigados. Nós estamos aguardando ainda informações ainda do Banco Central e do Laboratório de Lavagem de Dinheiro de Belo Horizonte, que poderão robustecer ainda mais o processo penal”, disse Brene.
No final do mês passado, duas grávidas foram presas por suspeita de tráfico de drogas. Uma era esposa de um dos envolvidos na operação. Ela levava drogas para o marido no presídio.
No início deste mês, a polícia anunciou a prisão de Cleber da Silva Pereira, de 36 anos. Ele é um dos líderes da quadrilha e foi preso em Limeira, no interior de São Paulo. Ele era o último suspeito foragido. Parentes dos suspeitos também foram presos. Em alguns deles, a quadrilha usava os nomes deles para registrar os bens comprados com o dinheiro do tráfico.
“Foi bastante exaustivo todo esse processo de identificação, monitoramento e localização de todos os envolvidos, mas a satisfação é grande por ter encerrado com 100% do cumprimento dos mandados”, completou o delegado.
Balanço da Operação Audacium:
Duração: 4 meses de investigações + 3 meses de operações nas ruas
Presos: 20
Cidades onde as prisões ocorreram: Poços de Caldas, Águas da Prata (SP), Limeira (SP), São Luiz do Paraitinga (SP) e Ubatuba (SP).
Veículos apreendidos: 25
Bens bloqueados: A polícia não divulgou quantidade, mas afirmou que há casas, sítios e chácaras. Várias contas bancárias também foram bloqueadas.
Fonte: G1.com.br