Empresas jornalísticas investem em checagem de conteúdos suspeitos
A preocupação com os efeitos das mensagens falsas no processo eleitoral levou as maiores empresas de jornalismo do Brasil a colocar mecanismos de verificação à disposição do público. Como o “Fato ou Fake”, que foi acionado por milhares de pessoas ao longo da campanha, e que vai continuar à disposição até a conclusão do segundo turno.
A Vânia recebe uma enxurrada de vídeos e textos no celular. “Sentimento de dúvida. Sempre”, diz. Um sentimento comum a quem acessa as redes sociais. “A minha recomendação é: leia mais. Leia jornal, leia revista com credibilidade, com fontes”, afirma outro eleitor.
Desde agosto, o projeto “Fato ou Fake”, do Grupo Globo, trabalha para checar o que é falso ou verdadeiro na internet. São 79 jornalistas do G1, GloboNews, TV Globo, dos jornais “O Globo”, “Extra” e “Valor Econômico”, da revista “Época” e da Rádio CBN.
As equipes estão espalhadas por seis capitais e recebem colaboração de várias cidades. Em Belo Horizonte, um grupo trabalha principalmente na checagem do que dizem os candidatos.
Em Brasília, são conferidos os números citados em debates e entrevistas, dados de campanha. Também a Lei Orçamentária para saber se é possível cumprir as propostas de governo.
Os jornalistas usam, principalmente, a internet e o telefone para conferir conteúdos suspeitos. Nessa eleição, foram quase 800 checagens; 118 eram boatos e 653, declarações de políticos. Considerando apenas os candidatos à Presidência ou a vice, 97 frases foram consideradas “fake”, falsas; 220 eram “fato”, verdadeiras, e 145 entraram na categoria “não é bem assim”, ou seja, frases parcialmente verdadeiras.
Foi comprovado, por exemplo, que era falsa a versão de que a imagem de um protesto no Rio, no fim de setembro, mostrava um prédio que desabou em 2012. A imagem é verdadeira e o prédio que aparece na foto está lá até hoje.
Outros meios de comunicação, como “Estadão” e “Folha de S. Paulo”, também têm iniciativas para desmentir boatos. O projeto “Comprova”, que reúne 24 veículos de mídia, como “Veja”, Band e SBT, foi criado com objetivo de combater a desinformação no período eleitoral. E há ainda agências de checagem independentes, como Aos Fatos e Lupa.
“Acho muito importante levar uma informação precisa e a gente saber onde está lidando. De onde é a procedência da informação, acho isso perfeito”, diz o administrador de empresas Carlos Engelender.
Fonte: G1.com.br