Café Bar onde clientes escolhem o valor que querem pagar pelos produtos faz sucesso em MG
Um café bar onde os clientes decidem quanto vale cada produto. Essa é a proposta de um comércio de Santa Rita do Sapucaí (MG) que está fazendo sucesso desde que foi inaugurado, no fim do mês de dezembro.
Baseado em uma filosofia chamada ‘honest market’ (mercado honesto, em inglês), o comércio teve como base modelos já adotados em outros países. Dono do local, o administrador de empresas Rafael de Souza Pinto já morou em cinco países e conta como teve a ideia de trazer a iniciativa para o Sul de Minas.
“Eu trabalhava com isso há muitos anos na Europa e vi muitos lugares nesse sistema de honest market e pensei: ‘se tiver que montar um negócio no Brasil, por quê não montar nesse sistema? Para sair um pouco daquela mesma coisa de você tem obrigatoriamente que pagar por aquilo que você consome”, afirma.
Além dele, o local funciona com ajuda de outros 10 sócios que servem os clientes, mas os próprios consumidores podem preparar seus próprios drinks. Na hora de pagar, tudo é feito sem supervisão. O cliente deixa o dinheiro nos caixas e retira o próprio troco ou usa as maquininhas de cartão.
Para ajudar, existem algumas etiquetas com sugestões de preços nos produtos, mas a decisão final é do cliente. Segundo Rafael, tudo tem dado certo até agora.
“Não houve nenhum de tipo de ‘vamos dar calote’. Não houve nenhum tipo de ‘não vou pagar na maldade'”, comemora.
Espaço aconchegante
O diferencial não para por aí. A própria decoração foge do tradicional e tem móveis improvisados com pallets e madeiras recicláveis. A sócia-colaboradora Marlice de Souza Van Deursen explica que muitos dos itens são históricos, o que deixa o espaço com um visual de antiquário.
“Temos, por exemplo, um piano que tem mais de 100 anos, que é da minha residência e foi cedido para cá. E foi assim, a gente foi idealizando, foi trazendo as coisas de casa”, conta.
Uma biblioteca também chama atenção de quem passa por ali. Chamado de ‘Espaço do Saber’, o ambiente possibilita que os clientes levem livros para casa e até tragam títulos para contribuir com o espaço.
A preocupação com a escolha de móveis e formulação dos ambientes tem agradado clientes, que consideram o espaço aconchegante.
“É bem diferente, parece um pouco um clima meio casa, assim, para a gente se sentir mais confortável”, diz o estudante Igor Soares.
Feliz com o resultado do projeto, Rafael espera que outros ambientes no mesmo modelo surjam em outros cantos do Sul de Minas. “O impacto já está sendo causado e vai dar certo. Tem que dar certo, uai”, conclui.
Fonte: G1.com.br