Consumo de álcool cai 11% no Brasil, mas aumenta entre jovens e idosos
O CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool) acaba de lançar um panorama completo sobre o consumo de bebidas alcoólicas no Brasil entre 2010 e 2017. O documento reúne pesquisas feitas nesse período por entidades como Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde (OMS) e mostra, no geral, uma redução na ingestão de cerveja e companhia.
O consumo per capita de álcool entre 2010 e 2016 caiu 11% no país – de 8,8 para 7,8 litros ao ano. Nesse mesmo intervalo, os transtornos psiquiátricos relacionados às bebidas tiveram uma leve diminuição: se antes 5,6% população sofria com ela, agora esse número é 4,2%.
Novas legislações, como a Lei Seca, que endurece as regras sobre beber e dirigir, e a Lei nº 13.106/2015, que torna crime a oferta de álcool para menores de 18 anos, contribuem para esses resultados, segundo o CISA.
Mas ainda há desafios, como o Beber Pesado Episódico (BPE). É aquele porre ocasional, que faz um mal danado para o organismo. No Brasil, a taxa de pessoas com esse costume subiu de 12,7% para 19,4%, enquanto, no mundo, ela desceu de 20,5% para 18,2%. Estamos na contramão.
Dois públicos merecem atenção especial. Apesar da legislação, mais adolescentes estão tomando cerveja, uísque e afins – o aumento é maior entre as meninas.
Na outra ponta, as internações decorrentes do álcool subiram entre os idosos. Lembre-se de que eles estão mais sujeitos aos efeitos nocivos dos drinques.
Bebida e direção
O relatório destaca que, depois da Lei Seca, de 2008, o Brasil se tornou um dos 15 países que estabelecem tolerância zero para beber e dirigir. Em dez anos de legislação, os óbitos causados por acidentes de trânsito caíram 27,4% nas capitais. Segundo um estudo divulgado em 2017 pelo Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), essa regulação evitou 41 mil mortes entre 2016 e 2018.
Mas, de acordo com a OMS, em 2016 o álcool esteve relacionado a 36,7% dos acidentes de trânsito com homens e a 23% dos com mulheres no Brasil. Ou seja, beber e conduzir ainda é aceitável para muita gente.
Bebida e adolescência
Em média, a primeira experiência da garotada com o álcool acontece cedo. Em média, aos 12 anos de idade, segundo a última edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE).
Além disso, o índice de jovens entre 13 e 15 anos que dão suas tragadas aumentou de 50,3% para 55,5% em três anos. No Rio Grande do Sul, essa prevalência chega a 68%.
Outro destaque do relatório do CISA envolve o sexo feminino. Mais meninas estão experimentando álcool – e o consumindo com mais regularidade do que antes.
Quando questionadas sobre embriaguez, 26,9% das adolescentes entre 13 e 17 anos relataram ao menos um episódio do tipo, contra 27,5% dos rapazes. Essa diferença entre os sexos era maior em 2012 e vem se estreitando também em outras faixas etárias.
Fonte: saude.abril.com.br