Escola Municipal recebe Índios Kariri para aula sobre Cultura e Tradições Indígenas

A diretora da Escola Municipal Frei Florentino, Valeria Brasil recebeu o grupo de indígenas logo cedo, após a recepção o grupo conheceu a horta e os trabalhos que são realizados com os estudantes sobre culturas. Rose, João e Alzira, os três índios representantes da etnia Kiriri de Caldas (MG), realizaram uma aula sobre cultura indígena na Escola Municipal Frei Florentino.

O projeto faz parte da disciplina da professora Ieda Mayumi Sabino Kawashita que supervisiona os estagiários de Educação Física nas escolas municipais. “ Os jogos indígenas e de tradição quilombola fazem parte da cultura brasileira e estão inseridos no conteúdo didádico do curso de Educação Física do IfetsuldeMinas. Além da aula aqui na escola os indígenas vão realizar uma oficina para os estudantes do curso aprenderem como são as atividades esportivas e recreativas realizadas pela etinia, esses jogos vão ser ensinados também para os estudantes da rede municipal,’ enfatiza Ieda.

Os 200 estudantes da dez turmas do período da manhã foram para a quadra da escola e ouviram a apresentação da professora indígena Rose, que tem especialização em educação, história e geografia. “ Estudei, aprendi o português e me especializei em idioma indígena, para ensinar as nossas crianças a cultura e tradição da nossa gente. Com a pedagogia tenho facilidade em conversar com grupos maiores, também tenho cursos na área de cuidados com idosos e alfabetização infantil,” conta Rose antes de começar a conversar com as crianças.

Além da aula de cultura indígena, os estudantes ouviram a experiência da índia Alzira, que é responsável pelas raízes e orações da Tribo” cada doença tem um remédio na natureza, é preciso ouvir o corpo e saber onde esta a planta que vai curar,a liderança e sabedoria das mulheres é muito valorizada entre nós,” explica a índia.

Mas a garotada gostou mesmo foi quando o índio João fez a demonstração das armas indígenas usadas para a caça. Com a Zarabatana ‘ o alvo precisar estar mais perto e o sopro bem forte que determina se a caça vai ser abatida. Já o arco e a flecha usamos para caças maiores e pescaria. E preciso muito silencio e concentração para acertar o peixe dentro da água com a flecha,” explicou João enquanto os alunos foram ao delírio .

Para os professores uma oportunidade única “ o conteúdo da apostila trabalhado desta forma didádica é uma forma de usar o lúdico no aprendizado, esta experiência desta manhã fica para sempre com os estudantes, professores e funcionários é a troca de experiências que valoriza nosso aprendizado,” enfatiza Simone Martins, secretaria municipal de educação de Muzambinho.

A tribo veio de Muquém de São Francisco, no Sul da Bahia para Caldas em março de 2017 e vive no bairro Rio Verde, na zona rural do município de Caldas. Os índios construíram nove casas e para sobreviver trabalham em nas lavouras de propriedades rurais, além de produzirem vários produtos artesanais como colares, arco, flechas, brincos, anéis e pulseiras.