Tomada de 3 pinos: governo Bolsonaro quer acabar com padrão
Com apenas nove anos da mudança que gerou gastos, polêmica e trouxe mais segurança para instalações elétricas no país, existe a possibilidade de termos que passar por tudo isso de novo.
O governo Bolsonaro já havia sinalizado informalmente uma vontade de reverter a criação do padrão de 2011, mas especialistas apontam que uma ação como essa seria um retrocesso em termos de segurança.
Em entrevista ao Jornal da USP, Josemir Coelho Santos, do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da Escola Politécnica da USP, explicou a necessidade de uma padronização nacional obrigatória como o que temos atualmente.
Foi custoso e penoso implantar essa modificação
“O Brasil não tinha uma legislação específica que desse essa proteção para os usuários de equipamentos elétricos, e isso foi feito depois de muitas décadas de necessidade. Foi custoso e penoso implantar essa modificação. Até hoje ainda há instalações em prédios antigos que não se adaptaram, e mexer com esse padrão — que é mais seguro e compatível com normas internacionais — parece ser algo que não vai contribuir com a segurança”, explicou Santos.
É importante destacar que não existe um padrão internacional de tomadas, e cada país é livre para adotar seus próprios padrões. O Brasileiro, inclusive, é relativamente flexível, sendo retrocompatível com tomadas europeias de dois pinos e também com um legado de aparelhos antigos que já existiam antes da mudança.
Inmetro e Conmetro
O Inmetro defende que o padrão atual brasileiro garante mais segurança aos usuários, sendo que o terceiro pino funciona como aterramento, especialmente importante para eletrodomésticos mais vulneráveis, como geladeiras, máquinas de lavar e produtos em geral que usam eletricidade para fins de aquecimento ou refrigeração.
Caso o governo siga em frente com seus planos de “despadronizar” novamente as tomadas brasileiras, seria necessária uma aprovação do Conmetro (Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). De qualquer forma, ainda não está clara qual seria uma possível proposta do governo para reverter o padrão adotado em 2011.
Fonte: TecMundo