Mais de 90% das cidades de Minas estão ‘na rota’ do coronavírus
Mais de 90% das 853 cidades de Minas Gerais estão “na rota” do novo coronavírus. Segundo análise feita pelo Estado de Minas a partir de dados divulgados nesta segunda-feira pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), apenas 84 municípios mineiros (9,8% do total) não têm casos suspeitos de COVID-19.
São 769 cidades (90,2%) com confirmações ou suspeitas da doença. De acordo com os dados do governo estadual, 815 pessoas testaram positivo para a COVID-19 e 23 morreram em decorrência de complicações do coronavírus em Minas Gerais. Há ainda outros 60.066 casos suspeitos, além de 64 mortes em investigação.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as populações estimadas das 84 cidades fora da “rota” do coronavírus somavam 415.444 pessoas em 2019. O número corresponde a apenas 1,95% dos 21.268.791 habitantes de Minas Gerais. Ou seja: mais de 98% dos moradores do estado vivem em municípios que têm casos suspeitos ou confirmados da doença.
Das cidades com suspeitas, 99 tiveram casos confirmados de coronavírus. Entre os principais problemas de Minas Gerais no combate ao vírus está o baixo índice de testagem. Dos 63.379 casos suspeitos desde o início da pandemia, apenas 5,2% (3.313) já haviam tido diagnóstico, positivo ou negativo, até a manhã desta segunda-feira. Especialistas alertam que uma das formas mais eficientes para conter o avanço da COVID-19 é justamente testar em massa a população.
O epicentro da doença em Minas Gerais é a capital, Belo Horizonte. São 22.198 notificações (21.180 casos em investigação, 351 confirmados, 661 descartados e seis mortes). Há confirmações de COVID-19 nas 10 regiões de planejamento do estado. O Noroeste é a que tem maior índice de casos suspeitos: 100%, já que as 18 cidades da área registraram possíveis ocorrências de coronavírus.
Possível flexibilização
Apesar do avanço do coronavírus em Minas Gerais, o governador Romeu Zema (Novo) disse que estuda uma forma de flexibilizar as medidas de isolamento social em determinadas cidades do estado. A declaração foi dada na última quinta-feira, momentos após uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que defende o retorno ao trabalho de quem não esteja nos grupos de risco (idosos e pessoas com doenças crônicas).
“Estamos estudando um protocolo que deveremos estar divulgando na próxima semana para que toda a liberação seja feita com os devidos cuidados, com uso de máscaras, uso de vários equipamentos, limite de pessoas por metro quadrado. Queremos fazer algo muito responsável. A curva de Minas Gerais, tanto de óbitos quanto de casos de coronavírus, tem se comportado de forma muito melhor do que outros Estados. Posso dizer que Minas tem feito a lição de forma adequada. Mas cabe a cada prefeito analisar sua situação”, disse Zema.
Na última terça, dois dias antes do encontro com Bolsonaro, Zema demonstrou que a principal preocupação no momento é a Região Metropolitana de Belo Horizonte, por conta do maior número de casos. Em entrevista ao EM, governador disse que “não é ainda o momento de flexibilizar” as regras na capital e nos municípios vizinhos. O entendimento é que apenas as cidades teoricamente pouco afetadas pela doença podem relaxar as medidas restritivas. A avaliação do estado, porém, é prejudicada, uma vez que o índice de testagem é baixo.
Fora da rota
Das 84 cidades fora da “rota” do coronavírus, quatro tiveram casos suspeitos, mas que já foram descartados pelas autoridades de saúde: Biquinhas, Santana de Pirapama, Amparo do Serra e Nova Módica. As outras 81 não apresentaram notificações de infecção pelo coronavírus. Os dados de cada município podem ser consultados na plataforma do governo estadual (clique aqui e acesse).
As 84 cidades que, no momento, estão “fora” da rota do coronavírus em Minas Gerais são:
Glaucilândia
Verdelândia
Fonte: Estado de Minas