MG tem 90% de UTIs ocupadas e SUS perto do colapso
A rede pública hospitalar em Minas Gerais está à beira do colapso. Nesta terça-feira (23), a taxa de ocupação de UTIs do Sistema Único de Saúde (SUS) chegou a 90,66%, índice mais alto já registrado durante o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Nessa segunda-feira, o número era quase três pontos percentuais menor: 87,7% dos leitos de terapia intensiva estavam ocupados. O índice chegou a estar em 88,4% na última sexta-feira (19).
Na última semana, relatório de técnicos do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES) projetou que os leitos de UTI em Minas podem se esgotar já nesta quinta-feira (25).
Em entrevista à TV Alterosa Leste e ao Estado de Minas, o governador Romeu Zema (Novo) disse que a prioridade da administração estadual é instalar novas UTIs para evitar o colapso do sistema de saúde.
“A prioridade é instalar mais UTIs nos hospitais já existentes, pois o paciente fica mais bem atendido e tem acesso a muito mais serviços clínicos. Caso a rede hospitalar existente não seja suficiente, o que é pouco provável, vamos passar aos hospitais de campanha”, disse.
Porém, dos mais de 1,1 mil leitos solicitados pela administração estadual há 40 dias, o Ministério da Saúde liberou apenas 328 (29,8%).
O aumento da demanda por UTIs indica o avanço acelerado da COVID-19 pelo estado e reflete também na procura por leitos clínicos, cuja taxa atual de ocupação é de 75,7%.
Segundo a atualização de dados mais recentes publicada pela SES, 1.813 pessoas estão internadas em hospitais públicos com COVID-19 ou suspeita da doença. Desse total, 475 estão em UTIs e 1.338 ocupam leitos clínicos.
O coronavírus é responsável por 16,37% dos pacientes em UTIs e 11,01% dos que ocupam leitos clínicos.
Até esta terça-feira, o governo estadual registrou 29.897 casos de COVID-19 em Minas Gerais. Destes, 720 resultaram em mortes. Outros 17.295 pacientes se recuperaram, enquanto 11.882 estão em acompanhamento.
Macrorregiões mais afetadas
Das 14 macrorregiões de saúde mineiras, apenas três não estão com taxa de ocupação de UTIs acima dos 70%: Leste do Sul, Norte e Triângulo do Sul. No Vale do Aço, no Triângulo do Norte, no Leste e no Nordeste, não há mais vagas em unidades de terapia intensiva.
Quanto aos leitos clínicos, duas macrorregiões não dispõem de vagas atualmente: Centro e Triângulo do Norte.
Fonte: Estado de Minas