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Regiões produtoras de queijos artesanais são reconhecidas pelo Governo de Minas

Redação23 de junho de 20205min0
queijo artesanal IMA 1
Após estudos da Emater-MG, Portarias do IMA identificam 10 municípios

Proprietários de pequenas fazendas, as tradicionais famílias queijeiras da Serra da Mantiqueira comemoram um grande feito. É que o Governo de Minas, por meio do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), vinculados à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), identificou as regiões como produtoras de queijos artesanais. As Portarias 1985 e 1986, ambas publicadas pelo IMA, contemplam 10 cidades mineiras, entre elas Alagoa, agora reconhecida como produtora de “Queijo Artesanal de Alagoa”, e os demais municípios de Aiuruoca, Baependi, Bocaina de Minas, Carvalhos, Itamonte, Liberdade, Itanhandu, Passa Quatro e Pouso Alto, como fabricantes de “Queijo Artesanal Mantiqueira de Minas”.

A identificação das regiões foi possível após caracterização e estudos da Emater-MG com as associações dos produtores de Alagoa (Aproalagoa) e da Mantiqueira de Minas (Apromam). O próximo passo será a determinação do padrão de identidade e da qualidade dos queijos para elaboração dos regulamentos dos produtos. Depois desse processo, os produtores poderão solicitar junto ao IMA o registro das queijarias e, posteriormente, o Selo Arte para a venda dos queijos em todo o território brasileiro.

O diretor-geral do IMA, Thales Fernandes, sempre apoiou a caracterização das regiões produtoras de Alagoa e da Mantiqueira de Minas e, em junho de 2019, anunciou, durante festival ocorrido na região, o esforço do IMA em busca da regulamentação das iguarias. “Após um ano, as Portarias do IMA atestam nosso compromisso firmado. A conquista é fruto da parceria com Emater-MG e Embrapa, que se dedicaram frente a estudos e pesquisas”, reconhece.

Características 

Os queijos artesanais do estado, no modo de fazer, são diferentes do Queijo Minas Artesanal (QMA), este produzido com pingo, enquanto que os de Alagoa e da Serra da Mantiqueira de Minas, por exemplos, utilizam fermento e ainda são aquecidos durante a produção, diferentemente do QMA. Porém, ambos são feitos com leite cru. Outras regiões de Minas estão no processo de reconhecimento como características nas produções de queijos artesanais.

Rogério Carvalho Fernandes, gerente de Certificação do IMA, explica que os queijos artesanais de Alagoa e da Mantiqueira de Minas têm peculiaridades, personalidades e identidades únicas. “Após os estudos da Emater-MG, o IMA identificou as regiões como produtoras de queijos artesanais. Entre os critérios para o reconhecimento estão os aspectos econômicos e sociais, as características geográficas e o modo de produção”, enumera.

De acordo com dados da Emater-MG, a cidade de Alagoa possui 139 queijarias artesanais, totalizando uma produção anual de 58,4 mil toneladas de queijo em 2019. Nos outros nove municípios da Mantiqueira de Minas, a produção no ano passado foi de 119 milhões de litros de leite, sendo parte do produto destinada à elaboração de queijo artesanal por agricultores familiares.

História

Há exatos 100 anos, em 1920, o italiano Paschoal Poppa e sua esposa Luiza Altomare Poppa pisaram pela primeira vez em Alagoa, na Serra da Mantiqueira. Os pastos chamaram a atenção do casal imigrante e se tornaram berço para o gado fornecer o leite àquele que viria a ser um queijo artesanal especial. A ideia do casal nasceu da percepção das semelhanças climáticas da região da Mantiqueira com as terras italianas.

A altitude, o clima, a geologia, a água e o pasto, tudo isso somado ao caráter humano, e ao saber fazer e pôr a mão na massa, conferiram singularidade aos queijos. Hoje, a iguaria movimenta a economia da região, além de contribuir com o desenvolvimento social, melhorando a vida dos habitantes locais.

Fonte: Instituto Mineiro de Agropecuária
Publicado em: 22/06/2020

Redação


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