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Reinfecção: jovem mineiro morto por COVID-19 pode ser 1° caso do Brasil

Redação9 de julho de 20205min0
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Caso é investigado pelos órgãos de saúde, que consideram outras hipóteses para o fenômeno; entenda

Órgãos de saúde das três esferas de governo investigam um possível caso de reinfecção pelo novo coronavírus em Itatiaiuçu, na Região Central de Minas. O paciente é um técnico de enfermagem de 22 anos, morto pela COVID-19 nessa segunda-feira (6).

De acordo com a Secretaria de Saúde do município, Libério Tadeu Fonseca Pereira apresentou dois testes positivos para a doença – ambos do tipo RT-PCR, considerado “padrão-ouro” no diagnóstico da virose. O primeiro foi realizado em 19 de abril na Policlínica de Itatiaiuçu. Na ocasião, o rapaz foi acometido por sintomas brandos, cumpriu isolamento domiciliar e voltou ao trabalho após 14 dias de afastamento.

Em 27 de junho, ele voltou a se sentir mal e fez novo teste, cujo resultado também foi positivo. O quadro clínico, desta vez, se agravou e o jovem morreu internado Hospital Manoel Gonçalves de Sousa Moreira, em Itaúna. Situada a 25 quilômetros de Itatiaiuçu, unidade é referência para atendimento de casos de COVID-19 na macrorregião Centro-Oeste.

A secretária municipal de saúde, Carolina Lemos Barbosa, pondera que ainda não há evidências suficientes que confirmem a hipótese de reinfecção pelo vírus. O fenômeno, acompanhado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e pelo Ministério da Saúde, pode ter pelo menos três outras causas, incluindo falha no primeiro exame. “O grau de confiabilidade do PCR é alta, mas isso não quer dizer ele esteja totalmente isento de falhar. É preciso descartar todas as outras hipóteses antes de falar em reinfecção. Não confirmamos que se trata desse evento, mas também não descartamos ”, explica a dirigente.

Questionada pela reportagem, ela não especificou quando a investigação será concluída, nem deu detalhes do processo. Por meio de nota, a SES-MG e o Ministério da Saúde informaram que prestarão apoio técnico o município e aguardam registro oficial do caso.

Histórico do paciente

Segundo Carolina Barbosa, Libério morava com a mãe, o pai e uma tia. Da primeira vez em que ele foi diagnosticado com a COVID-19, os demais membros da família não contraíram o vírus, conforme teriam demonstrado os testes aplicados pela prefeitura. Já da segunda vez em que o jovem apresentou os sintomas, todos os familiares apresentaram exames positivos para o novo coronavírus.

A mãe do rapaz morreu da doença pouco antes do filho. O óbito de Edriana de Fátima Pereira Fonseca, de 44 anos, ocorreu em 4 de julho, dois dias após sua internação também no Hospital Manoel Gonçalves de Sousa Moreira.

A secretária de Saúde relata ainda que Edriana sofria de uma síndrome genética rara desencadeada pela mutação no gene GATA2, que provoca baixa de imunidade do organismo. A condição, possivelmente, tornou a mulher mais suscetível à virose. “É provável que o filho dela também tivesse a síndrome e que por isso não tenha sobrevivido à COVID-19, embora fosse tão novo. Mas ele não tinha diagnóstico da mutação genética. Ainda estamos investigando”, afirma a gestora.

O que diz a ciência

A possibilidade de reinfecção pelo novo coronavírus ainda é uma incerteza na comunidade científica. Textos publicados pelo Ministério da Saúde mencionam que a literatura médica registra casos de pacientes curados de COVID-19 que voltam a apresentar um novo episódio da doença. Entretanto, não existem provas robustas de permitam dizer se esses quadros correspondem a uma nova infecção ou uma recidiva do quadro inicial.

Fonte: EM

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