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Um quarto das escolas pequenas da rede particular deve fechar em 2021 no Estado

Redação23 de setembro de 20207min0
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Pesquisa realizada pelo sindicato que representa a categoria mostra ainda que inadimplência sobre as mensalidades ultrapassa 37% e cancelamentos de contratos chegou em 26%

Depois de toda uma preparação para o ano letivo, as escolas em Minas Gerais iniciavam as atividades em fevereiro deste ano e, um mês depois, a pandemia inimaginável mudar drasticamente os planos e forçar todas as unidades a fecharem as portas. Passados seis meses e sem data concreta de retorno das aulas presenciais, uma pesquisa do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG) mostrou que os reflexos da Covid-19 já são preocupantes nas instituições privadas.

Só entre as instituições de ensino infantil, a expectativa do sindicato é que 25% das escolas pequenas não funcionem mais a partir de 2021. Conforme os dados, a média de inadimplência ultrapassou 37% (40,9% na Educação Infantil; 35,4% no Ensino Fundamental; 30,9% no Ensino Médio; 28% no Ensino Técnico e 18% no Ensino Superior). Já em relação aos cancelamentos de matrícula, as escolas perderam 26,2% dos seus alunos desde o início da pandemia. Entre todas as modalidades de ensino, as faculdades foram as que tiveram o menor impacto e o número ficou em pouco mais de 10%. A presidente do sindicato, Zuleica Reis, lembra que a chegada do fim do ano traz desafios ainda maiores para as unidades de ensino.

“Estamos em uma época de organização e planejamento para 2021, em uma situação de alta inadimplência e das contas que não deixam de chegar. Mesmo com medidas como a redução da carga horária e dos salários de parte dos professores e funcionários, as despesas não fecham”, enfatiza a dirigente. No levantamento, 32,2% das escolas entrevistas recorreram à Medida Provisória (MP) do governo federal que permite diminuir os vencimentos dos trabalhadores por conta dos impactos econômicos da pandemia – na educação infantil, o índice chegou a quase 49%.

Para reduzir a inadimplência, muitas instituições de ensino até renegociaram os valores das mensalidades dos alunos, porém nem sempre essa solução tem ajudado a evitar os altos números. O Sinep-MG enfatiza que o setor educacional foi um dos mais afetados pela pandemia e a perda de renda de muitas famílias ajudou a aumentar os índices.

Apesar das incertezas, a presidente Zuleica Reis garante que as unidades já trabalham em várias frentes quando o retorno for permitido em Minas Gerais. “O resgate da parte emocional das crianças está entre as principais. Isso tem nos preocupado, insistimos com um retorno, mas só quando os órgãos sanitários liberarem. Só que os impactos pedagógicos são incalculáveis”, frisou.

Sem retorno

A situação do Instituto Educacional Dom Bosco, no bairro Cachoeirinha, região Noroeste de Belo Horizonte, exemplifica as dificuldades de muitas unidades mineiras. Após quase 60 anos de existência, a proprietária Patricia Oliveira não viu outra escolha a não ser encerrar as atividades por conta da falta de perspectivas no futuro.

“Só vamos continuar neste ano em respeito aos alunos que ainda estão conosco. É um sentimento de frustração, de impotência. Precisei mandar praticamente todo mundo embora e só duas professores seguem para as aulas online. Também é um retorno complicado. Manter os alunos pequenos de máscara, com distanciamento, é praticamente impossível. Acredito que as escolas não devam voltar até uma solução para a disseminação do vírus”, pontua.

A unidade, que oferta desde o maternal até os três anos iniciais do ensino fundamental, já perdeu cerca de 70% dos alunos. Entre os que restaram, a inadimplência chega a 63%. “Como são muito pequenos, não conseguimos implantar as aulas online. E já não dava mais para custear as despesas, por isso já deixei de renovar o aluguel. É uma dívida a menos que tenho e não dá para saber quantos alunos seriam no próximo ano para planejar as atividades”, desabafa.

Outros dados

A pesquisa do Sinep-MG sobre a situação das escolas privadas mineiras em meio à pandemia também avaliou o andamento das aulas remotas. Para 53,7% dos entrevistados, a estrutura oferecida no meio online atendeu em parte às expectativas e outros 36,5% declararam que todo o suporte foi alcançado – quase 10% afirmaram que estão insatisfeitos, número que ultrapassa 15% na educação infantil.

Em relação à adaptação ao modelo remoto, 80% consideraram que as unidades de ensino implantaram as atividades virtuais no tempo certo, índice que é de 100% entre os diretores entrevistados.

Retorno das aulas

Apesar de ter incluído questionamentos aos pais, alunos, funcionários e diretores da rede particular sobre o posicionamento em relação a volta às aulas, o Sinep-MG optou por não divulgar as informações. Entre as justificativas da entidade, está a concentração dos resultados em determinadas instituições e municípios de Minas. “Os resultados gerais deste tema específico poderiam causar grande margem de erro, principalmente se levado em consideração municípios menores do Estado”, declarou.

As informações individuais de sugestões para as datas de retorno serão encaminhadas para cada escola. “Por ser um Estado populoso, muito capilarizado, com variações entre tamanhos de instituições e municípios, a informação individual, mais precisa, serve para que a escola participante se prepare quanto ao uso do ensino híbrido junto aos alunos e famílias, assim que forem anunciados os planos de retomada das atividades presenciais pelos órgãos de saúde”, finaliza.

Entre 26 de agosto e 18 de setembro, foram entrevistadas 27.294 pessoas de diversas cidades do Estado.

Fonte: O Tempo

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