Vacina contra câncer é eficaz em 100% dos testes
Tratamentos para o câncer são complexos. A quimioterapia mata as células cancerosas, mas também danifica as células saudáveis do corpo – e em alguns casos não previne a metástase do tumor. Imunoterapias contorna esse problema agindo no sistema imunológico do paciente para gerar uma resposta anticâncer sustentada, mas frequentemente têm problemas para superar o ambiente imunossupressor criado pela doença.
Pesquisadores do Harvard’s Wyss Institute juntaram “o melhor dos dois mundos” para propor um novo tratamento que une a efetividade da quimioterapia e a eficácia de longo prazo da imunoterapia. A vacina contra o câncer baseada em biomaterial desenvolvida pelos cientistas foi apresentada em um estudo publicado na Nature Communications.
Em laboratório, 100% das cobaias com câncer de mama triplo-negativo que receberam a vacina sobreviveram. “Esse tipo de câncer não estimula respostas fortes do sistema imunológico, e as imunoterapias existentes não conseguiram tratá-lo”, explica o coautor do artigo, Hua Wang.
Com o novo tratamento, a quimioterapia produz um grande número de fragmentos de células cancerosas mortas que o sistema imunológico pode usar para gerar uma resposta específica para aquele caso. Os pesquisadores ainda adicionaram à vacina fitas de DNA sintético que melhoram ainda mais a resposta imunológica e impedem que células cancerosas de se escondam do tratamento.
“Um dos fatores limitantes críticos no desenvolvimento de vacinas contra o câncer é a seleção de antígenos associados ao tumor, porque atualmente temos apenas uma biblioteca muito pequena de antígenos conhecidos para algumas linhas de células tumorais específicas”, afirma outro pesquisador envolvido no estudo, Alex Najibi.
A equipe continua a explorar a combinação de quimioterapia com vacinas contra o câncer e espera melhorar sua eficácia antitumoral para outros tumores de difícil tratamento. Os pesquisadores esperam que mais estudos permitam compreender e otimizar o sistema, de maneira que possa ser testado em pacientes humanos.
Fonte: Olhar DIgital