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COVID-19: entenda por que vacinação para a mesma idade muda entre estados

Redação13 de abril de 202113min0
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Fila de espera pela vacina é diferente mesmo dentro de faixas etárias iguais. Quem tem 25 anos no Rio Grande do Sul deve esperar 3 meses e 6 dias. No DF, 1 ano.

O dia de receber a primeira dose da vacina contra a COVID-19 tem provocado ansiedade nos brasileiros de várias faixas etárias. Como cada estado e município pode definir um calendário próprio de vacinação, a demora para uma mesma idade pode ocorrer. Levantamento feito pelo Estado de Minas, com a base de dados do @coronavírusbra1, painel que reúne dados de vacinação, casos e óbitos pelo coronavírus no Brasil e no mundo, mostra que se você tiver 55 anos e morar no Pará, provavelmente será vacinado nos próximos 14 dias. Morando em São Paulo, a espera poderá levar 1 mês e 7 dias.

Conversamos com especialistas para explicar por que a vacinação para a mesma idade muda entre os estados brasileiros e o que pode fazer a fila andar mais rápido. Klauber Menezes Penaforte, farmacêutico e coordenador dos cursos de Farmácia, Biomedicina e Enfermagem da faculdade Pitágoras cita alguns motivos.

Motivos para diferenças na fila de vacinação de uma mesma faixa etária

  • Logística de distribuição das vacinas
  • Variação no número de pessoas por faixa etária
  • Falta de coordenação nacional

A influência da logística

Um deles é a estrutura de transporte e distribuição dos insumos nas regiões do país. “Temos que levar em consideração a questão da logística, pois é diferente levar uma vacina para o interior do Amazonas e para o interior de São Paulo. Isso pode afetar a vacinação nos estados”, explica Klauber Menezes.

Número de pessoa por faixa etária

Um outro fator apontado por ele é a diferença na quantidade de pessoas de uma mesma faixa etária entre os estados. “Uma coisa que também temos que pensar é no perfil etário da população. O número de jovens que estão em São Paulo é infinitamente maior do que o número de jovens que estão no Pará. Então, a logística vacinal é mais abrangente”, comenta o farmacêutico. Ou seja, mesmo que a taxa média de vacinação no estado seja alta, ela não é suficiente para agilizar a fila de espera de uma determinada faixa etária.

Falta de coordenação nacional

Rômulo Neris, virologista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), lembra que o Brasil quebrou recordes de vacinação no passado. Em 2009, durante a gripe H1N1, o país vacinou todas as pessoas do grupo de risco em apenas três meses.

“Para que essas campanhas de imunização funcionem, elas precisam de um único centro de coordenação. Em geral, essa coordenação vem do Ministério da Saúde, quem é quem implementa o Programa Nacional de Vacinação (PNI). Exatamente por isso é o ministério que define os grupos principais, as faixas etárias a serem vacinadas e adquire e distribui os insumos e as vacinas”, explica.

Vacinação de idosos contra COVID-19 em drive thru em Belo Horizonte(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Neris diz que quando não há o controle central, ocorrem cenários como esse da diferença de prazo de vacinação entre os estados de pessoas de uma mesma idade. “O Ministério da Saúde definiu quais eram os grupos prioritários para receber a vacina, definiu até algumas categorias dentre esses grupos, mas não chegou a determinar um calendário nacional por idade. Isso gerou o cenário que estamos vendo. Municípios vizinhos com discrepantes absurdas” afirma.

Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, por exemplo, entre fevereiro e março o calendário da maioria dos municípios não tinha correlação. “Podia andar 20 minutos de carro, ir para outro município e a faixa etária da vacinação diminuir em 10, 15, 20 anos”, comenta o pesquisador.

Média diária de vacinação no Brasil

Segundo os dados de 09/04, o estado que mais aplicava doses era São Paulo, com média diária de 144.224, seguido por Minas Gerais, com 81.073 aplicações. Logo depois apareciam até a data Rio Grande do Sul (64.286), Rio de Janeiro (52.576) e Bahia (38.605).

Conheça a plataforma @coronavirusbra1

Renan Altendorf, voluntário da plataforma @coronavirusbra1, explica que o grupo surgiu no início da pandemia no Brasil, em 2020, quando até mesmo os órgãos públicos tinham poucas informações sobre a COVID-19. “Os dados começaram a ser coletados manualmente e depois automatizados com a ajuda de novos colaboradores e conforme o projeto crescia”, explica.

Chegada do 10 lote de vacinas contra COVID-19 no aeroporto internacional em Confins(foto: Taciane Ricci/BH Airport)

Os dados disponibilizados são atualizados diariamente com a média de sete dias de vacinação por estado e considera a projeção da população brasileira e o recorte dos estados por idade disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, como os dados levam em conta os últimos sete dias, quando há problema de abastecimento das vacinas, a média diária de pessoas vacinadas diminui e, consequentemente, aumenta o número de dias necessários para atingir outras idades.

Em 2021, um novo tema também se tornou importante, a imunização. “Com o início da vacinação, um novo braço de coleta de dados foi criado. Alguns novos ‘robôs’ vão várias vezes ao dia até os sites das secretarias estaduais de Saúde e, posteriormente, é feita uma validação manual por colaboradores, antes de os dados serem publicados”, explica Renan.

Datas diferentes de vacinação

Alguns municípios podem ter datas de vacinação diferentes dos demais dentro de um mesmo estado. Os grupos prioritários seguem o Plano Nacional de Imunização (PNI), mas estão suscetíveis a alteração ou priorização por governos estaduais e municipais. Além disso, os dados são estimativas que podem mudar diariamente, não podendo servir de base para ações de políticas públicas e estão suscetíveis a alterações de regras e leis da Federação, estados e municípios.

Fonte: Estado de Minas

Redação


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