Focos de queimadas crescem na estiagem e causam prejuízos
O número de clientes prejudicados por queimadas na área de concessão da Cemig aumentou 6,4 vezes nos sete primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2020. De janeiro até julho de 2021, a companhia registrou 145 queimadas que interferiram no funcionamento da rede elétrica, interrompendo o fornecimento para mais de 277 mil clientes. No mesmo período do ano passado foram 93 ocorrências que causaram interrupção para cerca de 43 mil usuários.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado de Minas Gerais registrou um aumento de 104% no número de focos ativos nos primeiros sete meses do ano, quando comparado com o mesmo período de 2020, ficando 65% acima da média anual.
Este aumento significativo é justificado por diversos fatores, mas o principal está relacionado com a fraca estação chuvosa de 2020/2021, que conduziu a umidade do solo a níveis mais baixos do que o usual neste período.
Historicamente, especialistas apontam os meses de agosto, setembro e outubro como os que concentram cerca de 77% do total de focos no ano. Mas, considerando as condições atuais, a previsão é de um período crítico para os próximos meses.
Prevenção
Para minimizar as ocorrências de queimadas em sua área de concessão, a Cemig realiza, todos os anos, campanhas para conscientizar a população.
A companhia descreve os danos provocados pelas queimadas, que prejudicam não apenas milhares de clientes, mas também destroem a natureza, matam animais silvestres e colocam em risco o patrimônio. As crianças formam um público importante dessas campanhas, pois se sensibilizam mais facilmente e levam para os adultos as informações sobre os cuidados para evitar os danos causados pelo fogo em áreas abertas.
Além de queimar postes e os cabos da rede elétrica – especialmente na área rural -, os incêndios podem causar curtos circuitos que interrompem o fornecimento de energia, com risco de prejudicar hospitais, postos de saúde, indústrias, serviços, produção rural e até mesmo cidades inteiras.
“O aquecimento de cabos e equipamentos da rede elétrica pode levar ao desligamento de linhas de transmissão, linhas de distribuição e subestações e, pior, causar graves acidentes com pessoas que estão próximas a essas áreas. Portanto, são muitos os transtornos para quem depende da energia elétrica que é interrompida pelas queimadas”, explica o gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, João José Magalhães Soares.
Um dos maiores desafios para as equipes de campo da Cemig, para fazer a manutenção desse tipo de ocorrência, é chegar ao local da rede elétrica atingida. “Normalmente, são locais de difícil acesso e em áreas muito amplas. Além disso, levar estruturas pesadas como torres e postes em áreas acidentadas torna ainda mais complexa a manutenção das redes prejudicadas pelas queimadas”, afirma.
As queimadas também podem prejudicar a geração de energia, já que contribuem para a formação de erosão, vetor responsável por causar o carreamento de solo (terra) e o assoreamento dos reservatórios de abastecimento de água e de geração de energia, como os demais cursos de água. “Por isso é importante lembrar: além dos já citados problemas com a falta de energia, há também o prejuízo em relação à água, que é um bem essencial à vida do homem, animais e vegetais”, completa João José Magalhães Soares.
Alerta
Além de campanhas educativas, a Cemig realiza, constantemente, ações preventivas, investindo na limpeza de faixas de servidão, com poda de árvores e arbustos que estão sob as os cabos de energia, além da remoção da vegetação ao redor dos postes, torres, subestações e usinas.
A Cemig também criou um sistema de alerta de queimadas para antecipar-se a ocorrência do problema sob suas linhas de transmissão e distribuição de energia.
Este sistema utiliza dados de satélite e de modelos meteorológicos para identificar, monitorar e prever o deslocamento de focos de queimadas nas proximidades de suas linhas de distribuição e transmissão, permitindo às equipes de campo realizar inspeções em pontos específicos para avaliar os riscos de possíveis desligamentos.
Fonte: Agência Minas