Retomada: Minas Gerais busca recuperar o tempo perdido na pandemia
Os números não mentem. Os mais recentes, constatados pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam Minas Gerais com o melhor desempenho nacional no Índice de Atividades Turísticas (Iatur) entre maio e junho, com crescimento de 19,7%. O Estado obteve o melhor resultado entre as unidades da Federação e está à frente da média nacional, de 11,7%.
O resultado reflete um caminho pavimentado desde maio para a retomada gradual e segura das atividades turísticas, que segue paralelamente ao avanço da vacinação. Para dar um impulso à retomada do turismo, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), lançou o programa Reviva Turismo, um conjunto de políticas públicas alicerçado em quatro eixos – biossegurança, estruturação, capacitação e marketing.
“Fazer os mineiros viajarem por Minas Gerais é resgatar nossa autoestima, é um ato de amorização” (Leônidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo)
A meta é que o turismo atue como fator de desenvolvimento e geração de renda, depois dos impactos provocados pela pandemia. Os números positivos, reconhece Leônidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo, são resultado do programa estratégico e de promoção pensado e conectado com o trade. “Se o mercado não comprasse a ideia, não adiantaria”.
Evento Seguro
O pontapé inicial do Reviva Turismo foi o lançamento do selo Evento Seguro, um certificado de segurança sanitária para eventos. Somada a essa certificação, Minas adotou o selo Turismo Responsável, lançado pelo Ministério do Turismo, e foi um dos primeiros Estados a ganhar o selo Safe Travels (Viagens Seguras), do Conselho Mundial de Viagens de Turismo (WTTC, na sigla em inglês).
Para Milena Pedrosa, subsecretária de Turismo da Secult, a segurança é uma tendência surgida na pandemia. “Nas pesquisas, verificamos que uma das prioridades apontadas na escolha dos destinos pelos viajantes é a segurança. Com os selos, o turista sabe que os locais estão cumprindo os protocolos de higiene e segurança definidos pelas autoridades sanitárias e pelo Plano Minas Consciente”, afirma.
O Reviva Turismo também foi desenhado pensando nas múltiplas potencialidades do Estado – paisagens naturais e urbanas, singularidade da cozinha, patrimônios históricos e culturais, estâncias hidrominerais e a mineiridade representada pelo povo acolhedor. Não é à toa que Minas foi eleita pela premiação Traveller Review Awards como uma das regiões mais acolhedoras do planeta, segundo ranking mundial da plataforma Booking.
Até agora, entre as ações de reestruturação, os destaques são a formatação de novos roteiros turísticos, sempre levando em conta as tendências de “turismo de distanciamento” e “turismo de proximidade”, a atração de voos para o Estado, como os da Itapemirim, iniciados em julho, e a revisão de legislações e regulamentações de políticas públicas.
‘Qualificar os serviços é fortalecer o turismo’
No eixo da capacitação, até setembro foram 700 certificados expedidos e quatro cursos finalizados. “A capacitação é a base para que o turista sinta a mudança na qualidade dos serviços, porque qualifica e fortalece o turismo mineiro”, enfatiza Milena Pedrosa.
É o caso da guia Sueli Maria Rutkowski, de 52 anos, dos quais 15 são dedicados a conduzir os visitantes pelas ruas de Ouro Preto. “Como não tinha turista na cidade, eu aproveitei para me aprimorar”, conta Sueli, que fez cursos oferecidos pela Secult, pela Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop), pela Fundação Renova e pela Federação Nacional dos Guias de Turismo (Fenagtur).
Como Minas é um destino culinário por excelência, a cozinha mineira ganhou destaque no Reviva Turismo com projetos transversais aos eixos, voltados à sua promoção, estruturação e projeção como patrimônio cultural imaterial. Um museu dedicado à cozinha mineira foi implantado na Fazenda Boa Esperança, em Santa Luzia.
Para um Estado que recebeu cerca de 26 milhões de turistas em 2019, a retomada começou com aproximadamente 700 mil turistas em julho, o segundo maior fluxo na pandemia, segundo a Secult. A meta é aumentar consideravelmente esse número, e, para isso, o Estado aposta nas campanhas de promoção Minas para Minas, Minas para o Brasil e Minas para o Mundo, com investimentos em torno de R$ 3 milhões.
Minas Gerais em Números
* Dos 853 municípios, 766 estão na Onda Verde e 87 na Onda Amarela
* Julho: Cerca de 700 mil turistas
* Maio e junho: Crescimento de 19,7% das atividades turísticas
* 2.378 empresas solicitaram o selo Turismo Responsável, do MTur
* 85 agências de receptivo adquiriram o selo Turismo Responsável, do MTur
* 68 aderiram ao Safe Travels (Viagens Seguras), do WTCC
* 33 selos Evento Seguro, da Secult, foram emitidos para empresas de eventos
* 522 guias de turismo estão regularizados no Cadastur
* Investimentos: R$ 17, 5 milhões (Programa Reviva Minas)
Últimas ações da Secult:
Rede Integrada de Proteção ao Turismo
No âmbito da segurança, Monte Verde é a primeiro destino turístico a implantar, em parceria com a Polícia Militar, a Rede Integrada de Proteção ao Turismo.
Promoção turística de Minas
O governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), anuncia no dia 15/9 investimento da ordem de R$ 25 milhões para promoção das cidades mineiras.
Fonte: O Tempo