Queiroga critica grandes festas e diz que pessoas menosprezam coronavírus
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou a realização de grandes festas, a exemplo de Réveillon e Carnaval, e disse que a pasta nunca incentivou esse tipo de evento. Segundo ele, a população menospreza o coronavírus, o qual chamou de “inimigo invisível”, e a consequência disso é a explosão de casos de Covid-19.
A jornalistas na saída do Ministério da Saúde nesta sexta-feira (7), ele avaliou haver um duplo discurso em relação à pandemia, em que pessoas não cumprem os protocolos sanitários recomendados principalmente no período de virada de ano e férias, e isso sobrecarrega o sistema e os profissionais de saúde.
“Estamos em um período de férias e nós vimos o que aconteceu no ano passado”, iniciou o ministro, citando o aumento de casos de Covid-19 registrado no início de 2021. “Se vai para casas [de festas], são festas, bebida, etc. As pessoas às vezes menosprezam o inimigo invisível que é o vírus e a consequência é o aumento de casos. Aumento de casos força o sistema de saúde”, completou.
Queiroga também condenou a exigência do comprovante de vacina contra a Covid-19, afirmando que o documento não é um “salvo-conduto” para a realização de grandes eventos. Isso porque, segundo entidades científicas alertam, o imunizante age para evitar o desenvolvimento de casos graves da doença, mas não impede a transmissão e a contaminação pelo coronavírus.
“O Ministério [da Saúde] nunca estimulou esses grandes eventos. Inclusive a discussão antes da variante ômicron ser anunciada era fazer grandes festas de Réveillon, Carnaval, e para tanto se utilizava a argumentação do passaporte sanitário. Nós aqui, o Brasil é testemunha, sempre dissemos que passaporte sanitário não é salvo-conduto para fazer essas grandes aglomerações festivas”, destacou Queiroga.
Ao mesmo em que criticou a realização de eventos, o ministro adotou discurso semelhante ao da equipe econômica do governo federal e do presidente Jair Bolsonaro, que desestimula o isolamento da população por conta da pandemia em favor da economia. Segundo Queiroga, não há dificuldade em condenar a defesa contrária aos eventos “porque essa sempre foi a posição do governo”.
“O que nós queremos é que a nossa economia não pare. Então em vez de fazer essas grandes aglomerações festivas, claro que nós queremos que isso aconteça no futuro, mas o que nós queremos é que a nossa economia não pare porque o Brasil precisa crescer, gerando emprego para as pessoas, gerando renda, porque não se pode viver somente de apoio do governo federal por conta das questões fiscais”, finalizou Queiroga.
Fonte: O Tempo