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No Dia da Saúde e Nutrição, conheça os mitos e verdades em rótulos de alimentos

Redação31 de março de 20228min0
Supermercado na zona sul do Rio de Janeiro.
Saber se informar por meio dos rótulos permite fazer escolhas conscientes, garantindo uma alimentação mais equilibrada.

Você sabe exatamente o que ingere quando compra um produto industrializado? O quanto de açúcar ou de sódio faz parte da composição dos alimentos? Neste Dia Nacional da Saúde e Nutrição (31/3), a Fundação Ezequiel Dias (Funed) esclarece sobre a importância da leitura atenta dos rótulos dos alimentos para saber o que de fato será consumido. O trabalho realizado na Divisão de Vigilância Sanitária e Ambiental (Divisa) da Funed, pelo Serviço de Análise de Rotulagem (Sarot), abrange a análise de rotulagem para verificar se as informações descritas nos rótulos são verdadeiras e podem ser declaradas.

Para a chefe do Serviço de Análise de Rotulagem, Valéria Regina Martins Vieira, é importante ter consciência das informações presentes nos rótulos e ser capaz de fazer escolhas mais conscientes, de forma a ter uma alimentação mais equilibrada. “O aumento do consumo dos alimentos ultraprocessados hoje é uma realidade, bem como o das doenças crônicas não transmissíveis, a exemplo da obesidade, diabetes e hipertensão. E o rótulo do alimento é um importante aliado, sendo interessante verificar itens como a lista de ingredientes e a composição nutricional do alimento”, afirma Valéria.

A Funed fez parte do grupo técnico para discussão da rotulagem nutricional, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesse trabalho, foram elencados os principais pontos de melhoria para a rotulagem nutricional, visando a compreensão das informações no rótulo. Para facilitar essa compreensão, a partir de outubro deste ano, o fabricante será obrigado a informar, no rótulo, o alto teor de três nutrientes: açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio, por meio de um destaque na parte frontal do rótulo, acompanhado de uma lupa. “Tais informações irão auxiliar o consumidor com escolhas mais conscientes”, ressalta a chefe do Sarot.

Uma outra ação realizada pela fundação é referente ao projeto Análise de Açúcares, cujo objetivo é padronizar as metodologias para serem utilizadas em laboratórios oficiais, para determinação de açúcares e seus teores em alimentos industrializados. O Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) também fazem parte desse projeto. O trabalho envolve a análise de rotulagem, validação de metodologias e a determinação de açúcares totais nos produtos, tais como: bebidas adoçadas (refrigerantes, néctares e refrescos), biscoitos (waffers ou doces, com e sem recheio), bolos e misturas, lácteos (bebidas lácteas, iogurtes, leites fermentados e Petit Suisse) e achocolatados em pó. As atividades estão em andamento e a previsão para a conclusão é em agosto deste ano.

Mitos e verdades sobre os rótulos

Como forma de conscientizar a população sobre a importância da saúde e da boa alimentação, Valéria Vieira esclarece alguns mitos e verdades sobre os rótulos:

Barrinha colorida no rótulo de leite indica que o produto venceu e voltou ao mercado.

Mito! Essa informação não passa de uma fake news que circulou nas redes sociais. A barra colorida, de acordo com a Tetra Pak, é apenas um teste de cores realizado para garantir a qualidade de impressão das embalagens.

O primeiro ingrediente que vem na lista é o que tem mais no produto.

Verdade! Isso porque a legislação prevê que a lista de ingredientes deve ser declarada em ordem decrescente, ou seja, sempre do que tem mais para o que tem menos no produto.

Produtos com transgênicos não precisam mais do selo de identificação.

Mito! Todo alimento ou ingrediente que contiver mais de 1% de organismo geneticamente modificado (OGM), deve informar sobre a natureza transgênica do produto, por meio de símbolo próprio.

Olhar o valor energético é suficiente para saber se um alimento engorda?

Mito! A obesidade possui causas multifatoriais e tem relação com fatores genéticos, estilo de vida, prática de atividade física e alimentação. Então, não adianta focar somente em calorias e não vale a pena tomar muito refrigerante zero porque não tem calorias, mas, em contrapartida, possui muitos produtos químicos na lista de ingredientes e também deve ser evitado. O ideal é priorizar o consumo de alimentos in natura e minimamente processados para uma alimentação saudável.

Alimentos diet e light são diferentes?

Verdade! Os produtos diet servem para atender uma patologia específica. Para isso, retira-se um tipo de nutriente, seja ele carboidrato, gordura, proteína ou sódio. É mais comum a substituição de açúcar por adoçante. Já os alimentos light geralmente possuem redução de 25% de valor energético ou de algum nutriente como gordura ou açúcar, quando comparado com um alimento de referência do mercado.

Olhar somente a tabela nutricional não é suficiente para saber toda a composição nutricional da embalagem.

Verdade! A tabela nutricional atual obriga o fabricante a declarar uma porção, mas nem sempre a pessoa consome somente uma porção do alimento. Por exemplo, uma porção de biscoito recheado são três unidades. Em um pacote, podem vir 15 biscoitos. Se a pessoa consumir um pacote inteiro, estará consumindo 5 porções. Então se for 140 kcal/porção, comendo o pacote inteiro serão 700 kcal consumidos! Mas a boa notícia é que as informações ficarão mais claras. Isso porque a nova legislação de rotulagem nutricional entrará em vigor em outubro deste ano e, com ela, será obrigatório declarar a quantidade de porções do pacote todo.

Fonte: Agência Minas

Redação


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