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Não é só petisco: veja lista de comidas com mesmo composto que teria matado cães

Redação14 de setembro de 20225min0
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Anvisa apura possível utilização de propilenoglicol contaminado por monoetilenoglicol na indústria alimentícia; ao menos 54 cães foram mortos após consumir petiscos supostamente envenenados

Diante do reconhecimento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do risco de intoxicação de alimento humano por monoetilenoglicol, da mesma forma que ocorreu com lotes de petiscos para cães, um novo desafio é imposto: o de mapear quais alimentos podem estar contaminados. Até o momento, 54 cachorros foram mortos após consumirem o alimento a base de propilenoglicol adulterado. Agora, a Anvisa tenta mapear a possível venda da substância contaminada para a indústria alimentícia. Uma tarefa complicada já que, segundo especialistas, a lista de comidas que levam propilenoglicol é extensa e vai de produtos lácteos a sucos artificiais.

O propilenoglicol, segundo o professor do curso de engenharia do Ibmec BH, Paulo Henrique Tavares, é “muito usado na indústria alimentícia”. “De forma geral, o propilenoglicol é colocado em alimentos que precisam se manter úmidos por mais tempo. Até exemplifiquei uma vez com o panetone. Ele fica um tempo no mercado, quando a pessoa compra acaba encontrando-o molhadinho ao fatiar”, diz.

Além do panetone, outros alimentos que levam propilenoglicol são: massas de bolo, biscoito, coco ralado, alguns laticínios e até mesmo bebidas alcoólicas.

“Em alimentos e bebidas que levam corante, o propilenoglicol ajuda o corante a se dissolver melhor, por conta disso, ele é muito usado também em bebidas. Na alimentação humana, é muita coisa que leva propilenoglicol. Os alimentos processados e os ultraprocessados são os que mais levam adição do propilenoglicol, ou seja, são mais vulneráveis”.

Uma dica de Tavares para o consumidor identificar onde tem a substância é observar o rótulo dos alimentos, pois lá é possível encontrar toda a composição. “O termo técnico dos aditivos que atribuem umidade aos alimentos é umectante. Ele faz o alimento reter mais água e, consequentemente, fica mais fresquinho por mais tempo. Se você vai na padaria e compra um pão, há umidade nele, caso contrário ficaria seco”.

O composto é também importante por garantir a qualidade dos alimentos por mais tempo. “O propilenoglicol é fundamental para os alimentos industrializados, já que eles permanecem por mais tempo nas prateleiras”, finaliza.

Veja a lista com alguns alimentos que levam propilenoglicol

  • Massa de bolo
  • Panetone
  • Coco ralado
  • Biscoito
  • Bebidas alcoólicas
  • Iogurte
  • Massa de churros
  • Sucos artificiais
  • Marshmallow
  • Aromatizantes
  • Pipoca doce
  • Sorvetes artificiais

Alerta da Anvisa

A Anvisa informou que a substância que supostamente causou a intoxicação e morte de ao menos 54 cães pode ter sido distribuída para indústrias de alimentos para consumo humano. O órgão publicou uma resolução, na segunda-feira (12), proibindo a comercialização, distribuição, manipulação e uso de dois lotes de propilenoglicol, da TecnoClean Industrial Ltda.

A resolução também determinou o recolhimento dos lotes (AD5035C22 e AD4055C21) da substância. A TecnoClean informou, anteriormente, que é uma redistribuidora e que adiquiriu os lotes da A&D.

Os lotes foram analisados preliminarmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que detectou a contaminação por etilenoglicol, substância extremamente tóxica, quando ingerida, semelhante àquela encontrada na cerveja Belorizontina, da Backer. Na época, a intoxicação matou 10 pessoas.

Durante a apuração de mortes de diversos cães, conduzida pelo Mapa, as ocorrências foram associadas ao consumo de petisco para cães fabricado com propilenoglicol, com evidências de contaminação por etilenoglicol, segundo a Anvisa.

Fonte: O Tempo

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