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O mundo pode reconhecer o queijo Minas Artesanal como Patrimônio da Humanidade

Redação18 de novembro de 202214min0
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Foi dada a largada e lançada a campanha para que o Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal seja reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Foi dada a largada e lançada a campanha para que o Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal seja reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Por Isabel de Andrade*

O Queijo Minas Artesanal pode se tornar um Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A campanha já começou e o candidato promete disputar com toda a força o título.

Uma comitiva formada por representantes dos governos federal e de Minas vai viajar para Rabat, no Marrocos, para participar da 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco. O evento será entre os dias 27 de novembro e 2 de dezembro.

Queijo Minas Artesanal
Secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, entre representantes da comitiva que atua na campanha pelo reconhecimento do Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade ( Foto: Eliane Fissicaro)

Na ocasião, a Unesco vai analisar os diversos pedidos apresentados por candidatos de diferentes partes do mundo. E a intenção é que o Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal seja inscrito na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Esse será um passo importante para o futuro reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Várias ações vão ser realizadas durante o evento internacional para ressaltar os saberes passados de geração em geração pelos produtores rurais em Minas Gerais. Haverá a montagem da Exposição do Queijo Minas Artesanal e um Workshop de Experiência Imersiva sobre os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal, degustação de queijos das distintas regiões produtoras, além de reuniões técnicas.

Queijo Minas Artesanal
Queijo Minas Artesanal vai em busca do título de Patrimônio da Humanidade ( Foto: reprodução Aprocan)

A intenção dessa campanha internacional é sensibilizar o Secretariado Intergovernamental da Unesco sobre a importância dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal. Além disso, será uma oportunidade para divulgar a proposta brasileira para o público e para a imprensa internacional.

Diversidade, cultura e identidade

O queijo Minas Artesanal enfrentou durante alguns anos certos preconceitos com relação à qualidade sanitária e técnicas de produção. Mas, os produtores se uniram e somaram esforços para reverter esse quadro. E em 2002, o Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal foi reconhecido na região do Serro pelo Iepha/MG, sendo o primeiro bem cultural registrado por Minas Gerais como patrimônio imaterial.

Um novo e importante passo foi dado em 2008, quando o Iphan registrou o Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas, contemplando três regiões: Serro, Serra da Canastra e Serra do Salitre/Alto Paranaíba. Já em 2021, o Iphan alterou o título do bem cultural para Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal, ampliando o território de abrangência do registro para as regiões identificadas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). As novas regiões identificadas foram Araxá, Campo das Vertentes, Serras do Ibitipoca, Triângulo de Minas, Diamantina e Entre Serras da Piedade e do Caraça.

Queijo Minas Artesanal
Cerca de nove mil produtores de Queijo Minas Artesanal são responsáveis pela fabricação de aproximadamente 40 mil toneladas por ano ( Foto: reprodução Aprocan)

São dez as principais regiões onde o Queijo Minas Artesanal é produzido. O modo de fazer, o clima, o território e a biodiversidade de cada região conferem sabores e qualidades singulares incorporando nuances e características locais ao produto. O resultado é uma diversidade de cores, texturas e sabores de queijos que vem conquistando o paladar dos brasileiros e até dos mais exigentes especialistas.

Atualmente, em Minas Gerais, existem cerca de 30 mil produtores de queijos. Cerca de nove mil são produtores de Queijo Minas Artesanal. Eles são responsáveis por uma produção aproximada de 40 mil toneladas por ano. Além disso, 112 queijarias estão registradas no Instituto Mineiro de Agropecuária com o Selo Arte, o que permite a comercialização dos queijos em todo o território nacional. O título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade trará para o Queijo Minas Artesanal a possibilidade de exportação, o que será um grande ganho para os produtores.

A força da cozinha mineira reside nos saberes transmitidos por gerações. Os produtores locais são verdadeiros guardiões de uma tradição que cada vez mais vem sendo reconhecida não só internamente, mas no exterior com os prêmios conquistados pelos queijos mineiros em diversos certames. O título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade vai fortalecer essa cadeia produtiva e projetar ainda mais Minas Gerais no cenário internacional, estimulando o turismo e também os setores da cultura e da economia criativa”, afirma o Secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira.

Após a participação no evento da Unesco no Marrocos, a perspectiva é dar sequência aos trâmites necessários para a formalização da candidatura, que deverá ocorrer até o dia 30 de março de 2023. A avaliação final será feita até 2024. E nós, que amamos o Queijo Minas Artesanal e sabemos o quanto ele é importante para a identidade gastronômica de Minas Gerais, ficamos na torcida pela conquista do título.

Fonte: Territórios Gastronômicos

Redação


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