UFMG começa testes da primeira vacina brasileira contra Covid
A SpiN-Tec, a primeira vacina brasileira contra a Covid-19, começará a ser testada em humanos na próxima sexta-feira (25), em Belo Horizonte. Desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais e pela Fiocruz Minas, o imunizante conta com tecnologia e insumos totalmente nacionais. O financiamento para a pesquisa também foi feito por institutos brasileiros.
Segundo Ricardo Gazzinelli, coordenador do estudo, a SpiN-Tec vai funcionar como uma dose de reforço. Na fase pré-clínica, em que o medicamento é testado em não humanos, os resultados foram positivos. “Não foi observado nenhum efeito colateral no local da aplicação ou alterações sistêmicas, como perda de peso ou mudança de temperatura. Além disso, foram verificados excelentes níveis de anticorpos, resposta de linfócitos T e proteção contra a infecção com Sars-CoV-2 nos animais de laboratório”, afirma o pesquisador.
Proteção contra variantes
A vacina, desenvolvida em solo mineiro, tem como base a junção de duas proteínas, S e N. Segundo os pesquisadores, essa combinação poderá oferecer proteção contra as variantes do coronavírus, já que a proteína N é menos sujeita a mutações e não está presente nos outros imunizantes.
A aplicação da primeira dose da SpiN-Tec em humanos vai acontecer na próxima sexta-feira, na Faculdade de Medicina da UFMG.
Voluntários
A fase 1 dos testes vai reunir 72 voluntários. Para participar, a pessoa precisa ter idade entre 18 e 85 anos, ser saudável, não ter tido Covid-19, ter recebido as duas doses iniciais da vacina CoronaVac e uma dose de reforço da Pfizer (há pelo menos nove meses), residir em Belo Horizonte durante os 12 meses de estudo e, no caso das mulheres, não estar grávida nem amamentando.
Para a fase 2, que contará com 360 voluntários, os critérios são ter idade entre 18 e 85 anos, ser saudável, ter recebido as duas doses iniciais da vacina CoronaVac ou da AstraZeneca e uma ou duas doses de reforço da Pfizer ou AstraZeneca, residir em Belo Horizonte durante os 12 meses de estudo e, para as mulheres, não estar grávida nem amamentando. O fato de já ter contraído Covid-19 não impede a pessoa de se habilitar para a segunda fase dos testes.
Fonte: R7