Estudo mineiro pretende identificar câncer de mama por exame de sangue
Estudo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) muda a forma de diagnóstico do câncer de mama, facilitando o processo para detecção do tumor através de um exame de sangue, ao invés da mamografia.
O método está em pesquisa há mais de uma década e identifica os biomarcadores presentes no sangue que, após coletado, passa pela centrifugação para separação das células, possibilitando aferir a presença ou não das células tumorais.
Os resultados são divulgados apenas agora em razão dos testes com pacientes, e apontam o caminho certo para que o método, baseado na biópsia líquida, desenvolvida na universidade, seja aprovado. O trabalho ainda está em fase de validação.
A expectativa da equipe é levar o exame para o Sistema Único de Saúde (SUS), otimizando o acesso para milhares de mulheres e também, consequentemente, ampliando a cobertura e o número de diagnósticos.
O exame ajuda na eficácia do tratamento, pois permite a identificação da doença no início, antes de se espalhar para outros órgãos. Além disso, mulheres reclamam de incômodo e dor com a mamografia, e muitas acabam, assim, postergando o exame.
Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Minas Gerais (SBMMG), Annamaria Massahud cita como vantagem do exame de sangue a possibilidade de ser feito em qualquer lugar, o que torna os meios de detecção do câncer de mama mais acessíveis. Como mais um ponto positivo, o caráter menos invasivo, diferente do que acontece quando é feita a biópsia na mama.
“Identificadas células tumorais na corrente sanguínea, coseguimos avaliar a quantidade dessas células e indicar o tratamento. Inclusive, durante o processo de tratamento, o exame de sangue permite que seja acompanhado em tempo real, a fim de aferir a evolução da doença continuamente, se houve melhora ou não”, indica a especialista.
Annamaria aponta ainda que, mesmo que não haja sintomas ou lesões perceptíveis, o exame de sangue propicia um diagnóstico mais rápido. “Se existirem células alteradas na corrente sanguínea, recomendamos exames mais detalhados para identificar onde está o tumor e o melhor tipo de tratamento em cada caso.”
Fonte: Estado de Minas