Devagar e sempre: dez minutos de exercício por dia mudam tudo
Quem você quer ser na sua velhice? Se você já está na terceira idade, o que você quer modificar (para melhor)? Início de ano é momento propício para essas reflexões – e, claro, para colocá-las em prática. Um hábito que pode desenvolver quem somos é a adoção do exercício físico, mesmo que aos poucos: de acordo com Fabio Correia, bacharel em esporte pela Universidade de São Paulo (USP) e preparador físico do Sada Cruzeiro Vôlei. Apenas entre 10 e 12 minutos diários são suficientes para um bom início.
Fabio Correia ensina exercícios para você começar já, em casa:
“O mais importante é começar. É mais difícil nos primeiros 21 dias, mas a gente tem que buscar esse pequeno volume diário, até porque é mais fácil de cumprir do que ficar uma hora e meia na academia e, no dia seguinte, estar com a sensação de atropelamento”, afirmou. O especialista lembrou que, mesmo em baixa carga, o exercício já trará benefícios para a pessoa. “Melhora quadros cardiorrespiratórios, de diabetes, a cognição. É claro e notório”, disse.
Como explica Sarina Occhipinti, médica com especialidade em endocrinologia avançada pela Universidade de Washington (EUA), na atualidade, as pessoas querem e podem envelhecer com as performances mental, física, sexual, cardiovascular e imunológica em bom funcionamento (saiba mais abaixo). “Para tanto, a atividade física, em especial a musculação, é a estratégia ideal”, disse.
Progresso. Acima do peso considerado saudável para a própria altura desde os 6 anos, a veterinária Daniela César, de 42, tentou se exercitar repetidas vezes na vida, sem sucesso. Há seis meses, porém, mudou a chave da motivação do exercício: antes, queria um corpo esteticamente “padrão”; agora, busca saúde e bem-estar. “Antes, me cansava apenas por ir até a padaria. Hoje, após pouco tempo, já consigo ter fôlego para brincar com minha sobrinha, para subir escadas sem tanto cansaço. Tem me feito muito bem”, conta.
Benefícios também incluem a memória, o sexo e os ossos
As vantagens de movimentar o corpo incluem melhorias diversas de performance, como explica a endocrinologista Sarina Occhipinti. Em primeiro lugar, as capacidades mentais. “Ao trabalhar o músculo, você produz o hormônio irisina, que melhora a memória e, conforme alguns estudos, ajuda a evitar e até a reverter o Alzheimer”, afirmou a especialista.
Em seguida, vêm as performances física (saúde para os ossos, que “recebem” mais cálcio a partir do trabalho muscular), sexual (o exercício amplia a capacidade hormonal) e cardiovascular (a prática esportiva permite que o coração envie mais sangue para o corpo), o processo respiratório (consegue trocar mais oxigênio) e a capacidade defensiva (reforço da imunidade). (AR)
Evita a perda cognitiva
A atividade física ajuda a evitar a demência, segundo mostrou pesquisa publicada há dois meses pela Universidade de São Paulo (USP). O estudo identificou a perda menor de tecido cerebral (processo natural do organismo, mas que leva à demência) em idosos que se mantinham ativos.
Recomendado
A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que, para viver mais e melhor, adultos e idosos devem fazer entre 150 e 300 minutos de exercícios moderados por semana, ou entre 75 e 150 minutos de exercícios intensos no mesmo período.
Saúde. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 47% dos brasileiros são sedentários, sendo o povo mais ocioso da América Latina.
Fonte: O Tempo