Doença do beijo: saiba o que é a mononucleose, infecção comum no Carnaval

Você sabe o que é a doença do beijo? Com a chegada do Carnaval, médicos infectologistas alertam para a possibilidade da contração da mononucleose, uma doença viral, da família da herpes, que causa febre, dor no corpo e na garganta, e pode afetar o fígado.

“Mononucleose é uma doença de etiologia viral, causada por dois agentes diferentes. O mais comum é o vírus Epstein Barr, esse é o principal causador da mononucleose. Existe um segundo que é da mesma família desse vírus, chamado Citomegalovírus, que também pode dar sintomas bem parecidos. Mas, é uma doença viral geralmente benigna”, explica o médico infectologista Leandro Curi.

A boa notícia é que, quem já teve contato com o vírus, acaba ficando imune e não corre mais risco de se contaminar. Normalmente, é comum que as pessoas se contaminem na juventude, entre os 15 e 25 anos. A principal forma de infecção é pelas secreções da boca ou nariz, especialmente com gotículas no beijo, ao trocar saliva. Além do beijo, é comum se contaminar ao dividir canudinho ou copo, ou falando muito próximo a uma pessoa infectada.

Sintomas

Segundo o infectologista Leandro Curi, a maior parte dos pacientes possuem sintomas brandos ao contraírem a mononucleose, muitas vezes sendo assintomáticos. Quando o vírus se manifesta, os sintomas mais clássicos são dor de garganta, vermelhidão na faringe, linfonodomegalias – conhecidas como ínguas -, febre, mal-estar e manchas vermelhas no corpo.

Prostação, falta de apetite e fraqueza também podem ocorrer. Além disso, é possível que o vírus atinja o fígado e o baço, que podem ficar distendidos. Neste caso, é recomendado que o paciente evite a ingestão de bebida alcoólica e a prática de exercícios físicos por algumas semanas.

Tratamento

Especialistas explicam que o citomegalovírus possui remédio, mas normalmente não é utilizado para a mononucleose, que é considerada uma doença benigna.

“A evolução é benigna, a pessoa não vai morrer, geralmente, por causa disso. Então, o tratamento é repouso com bastante hidratação. Se passar muito mal e ficar internado, é com repouso e hidratação, seja por soro ou por água. É preciso descanso que o próprio organismo dá um jeito de eliminar esse vírus”, explica Leandro Curi.

Prevenção

A principal prevenção da mononucleose é o uso de máscaras e distanciamento social, algo praticamente inconcebível durante o carnaval. Por isso, o especialista explica que a melhor forma de prevenir é evitar compartilhar copos, garrafas, talheres e canudos com outras pessoas.

“Se você é vulnerável, a prevenção seria não beijar, não compartilhar copo, não falar muito próximo a outras pessoas. Mas a gente sabe que, na prática, a vivência do ser humano é esse compartilhamento, então acaba que muita gente se infecta. Como é uma doença benigna na maioria dos casos, a gente não fica tão preocupado. Geralmente, a gente se contamina na adolescência, que é quando a gente tem mais contato com as pessoas. A maioria de nós já teve contato com esses vírus, e então está imune”, afirma o médico infectologista Leandro Curi.

Fonte: Itatiaia