Presbiopia: como lidar com a ‘vista cansada’ a partir dos 40 anos
Apesar de preocupantes, as doenças oftalmológicas são muitas vezes negligenciadas pela população, que costuma acreditar que problemas de visão não merecem tantos cuidados e são comuns, sobretudo com o avanço da idade. No entanto, muitos distúrbios visuais podem ser prevenidos ou corrigidos com diagnósticos precoces e tratamentos adequados. Dentre as doenças oculares mais comuns, está a presbiopia, também conhecida como “vista cansada” ou “síndrome do braço curto” – já que quem a apresenta precisa esticar o braço para conseguir ler com mais facilidade.
A presbiopia geralmente afeta pessoas acima dos 40 anos, surge como um processo natural de envelhecimento dos olhos e se caracteriza pela dificuldade em focar em imagens, obrigando o paciente a aproximar ou afastar os objetos do rosto para enxergá-los. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que, até 2030, cerca de 2 bilhões de pessoas terão presbiopia em todo o mundo.
“A principal causa para a presbiopia é o envelhecimento do cristalino, uma espécie de lente natural do olho, que se torna mais espesso e enrijecido com o passar do tempo. Ele é responsável por alterar o foco da visão para perto e para longe, de forma que, à medida que esse órgão perde a sua flexibilidade devido à idade, a mudança de foco também se torna mais difícil”, explica Kleyton Barella, médico oftalmologista do Instituto Penido Burnier e especialista em catarata, glaucoma e cirurgia refrativa.
Kleyton Barella destaca que “geralmente, a presbiopia tem início a partir dos 40 anos, até que o cristalino se torne totalmente opaco e mais endurecido, quando pode ser detectada a catarata”.
Vista cansada pode ser corrigida
A boa notícia é que a vista cansada pode ser facilmente corrigida com o uso de óculos ou lentes de contato multifocais. Isso porque esse tipo de lente, como o próprio nome diz, tem múltiplos focos, que permitem ajustar os três campos de visão: próximo, intermediário e longe.
As lentes multifocais devem ser prescritas e ajustadas por um médico oftalmologista de acordo com as necessidades específicas do paciente, pois cada campo de visão tem um grau diferente.
Atualmente, o mercado óptico oferece diferentes opções de lentes multifocais, incluindo as convencionais, personalizadas e de contato.
O desafio das lentes multifocais
O uso de lentes multifocais pode ser desafiador para alguns usuários, que podem ter dificuldade de adaptação e apresentar sintomas como náuseas, tonturas ou dores de cabeça nos primeiros dias de uso.
De acordo com Makoto Ikegame, CEO e Cofundador da Lenscope, o ideal é que o paciente evite algumas ações que possam causar mais estranheza, sobretudo no início do uso das lentes multifocais. “A pessoa deve evitar olhar seus passos ao andar ou ao subir e descer uma escada, além de não tirar e colocar os óculos toda hora. Atitudes como essas irão ajudar o cérebro a entender as novas lentes e facilitar o processo de adaptação”.
Além disso, é importante que o consumidor cheque a confiabilidade das marcas das quais se pretende comprar, adquirindo lentes de qualidade e capazes de solucionar sua disfunção.
As lentes multifocais podem receber tratamentos capazes de aumentar o conforto do utilizador, como: antirrisco, antirreflexo, proteção UVA e UVB, além de tratamento hidrofóbico e oleofóbico contra sujeira e tratamento contra microfissuras.
Fonte: Portal UAI