Dia Mundial do Café: Safra 2023 promete 8 milhões de sacas a mais do que em 2022
Mas e esse tal de “ano cheio”? Pra quem não sabe o café é uma cultura bienal, com alternância de safras altas e baixas. O coordenador de culturas da Emater-MG, Sérgio Brás Regina, explica que esse negócio de bienalidade funciona assim: se no ano anterior a safra foi alta, no ano seguinte, ela, inevitavelmente, apresentará uma queda em razão da necessidade do vegetal se recompor. O café só produz em ramos novos.
“Mas esse fenômeno tem acontecido em menor escala porque muitos produtores têm adotado a tecnologia da safra zero. Então, colhem mais ou menos o mesmo tanto porque, todos os anos, podam metade das lavouras e na outra metade, produzem”.
Início da colheita
Nesse momento, a colheita do café está bem no início. As regiões planas são as que começam esse trabalho primeiro. E as montanhosas são as últimas, em geral, estendendo-se até dezembro. Mas, de acordo com Sérgio, 90%, normalmente, já foi colhida até outubro.
A área total plantada no Estado é de 1.108 hectares, a maior parte da espécie arábica, que é produzida em todas as regiões do estado. Já a espécie Conilon corresponde a 10 mil hectares, produzidos na Zona da Mata, Rio Doce e Vales do Jequitinhonha e Mucuri. A maior parte dos cafés que tomamos é Arábica, o Conilon é mais usado para fazer os Cafés Solúveis, aqueles que você coloca o pó com água quente na xícara e está pronto.
Diferenças entre as espécies Conilon e Arábica:
- O Conilon tem 23 cromossomos e o Arábica tem 44.
- O Conilon tem as folhas maiores e mais enrugadas, e o Arábica tem as folhas mais lisas e menores.
- O Conilon tem multicaules saindo de uma mesma planta. Já o Arábica é unicaule.
- A lavoura do Conilon produz muito mais do que Arábica, além de ser mais resistente.
- Quanto ao manejo, o arábica requer mais cuidados do agricultor.
- O Conilon tem grãos menores e a polpa é menos espessa do que a do café Arábica.
Projeções para 2023
Ainda sobre a produtividade, a estimativa é que sejam colhidas no Estado 27,5 milhões de sacas, superando a safra passada que rendeu 21,9 milhões de sacas de 60 Kg. A projeção para a colheita em todo o país é de 54,9 milhões de sacas, cerca de 5 milhões de sacas a mais do que no ano passado.
SAFRA 2022
- Produção MG (2022): 21,9 milhões de sacas
- Produção BR (2022): 50,9 milhões de sacas
- Participação mineira no cenário Brasil: 43%
Exportação
2022
- Minas Gerais (2022): 28,5 milhões de sacas
- Brasil (2022): 37,2 milhões de sacas
- Participação exportação MG:BR (2022): 76,7%
2023 – ESTIMATIVA
- Minas Gerais: 27,5 milhões de sacas
- Brasil: 54,9 milhões de sacas
- Participação mineira no cenário Brasil (2023): 50%
DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES DE MG (2022):
- 1º Alemanha 20,6%
- 2º Estados Unidos 20,5%
- 3º Bélgica 9,9%
- 4º Itália 9,7%
- 5º Japão 4,7%
- Demais países (83) 34,6%
Fontes: CONAB, SEAPA, MAPA, CEPEA, Itatiaia