Mexerica, tangerina, mimosa ou bergamota? Descubra curiosidades e aproveite a fruta da estação!
É tempo de mexerica! Já é possível ver nos sacolões ou nas gôndolas dos supermercados, a presença dessa fruta super saborosa e suculenta! O engenheiro agrônomo e coordenador Técnico Estadual de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, explica que, nessa época do ano, elas ainda estão verdes, não tão grandes e nem tão bonitas. Mas, aos poucos, a produção vai aumentando e, em geral, atinge o pico da maturação, da quantidade e da qualidade, nos meses de maio e junho, encerrando a safra por volta de 15 de agosto.
Isso significa que a estação da mexerica é o outono? Na verdade, não. Sanábio conta que a expressão “fruta da estação” não tem a ver com as estações meteorológicas: primavera, verão, outono e inverno. “Muita gente confunde”, disse.
Segundo o analista, que é mestre em fitotecnia, a tal da “estação da fruta ou legume” está relacionada com o tempo de maturação e colheita dessa planta. “É o que chamamos de fisiologia da planta. Todas elas têm um período de desenvolvimento, floração, frutificação, crescimento do fruto e maturação, que é o seu auge, sua estação”, explicou.
Muitos nomes, mesma fruta!
Mas, afinal, é tangerina ou mexerica? “Tanto faz. A fruta é a mesma”, diz Sanábio. E ela ainda tem outros nomes pelo Brasil afora: Mimosa, no Paraná; e Bergamota em algumas cidades do sul do país, todas originárias da planta “Citrus deliciosa” e, segundo alguns estudos que estudaram seus DNAs, a mãe das laranjas!
Pura vitamina!!
Nutricionalmente falando, as mexericas são fonte de vitaminas e minerais importantes para o bom desenvolvimento do organismo.
Veja abaixo, seis benefícios da fruta para a saúde:
Alta concentração de vitamina C, substância responsável por dar energia ao organismo, aumentando a disposição e o ânimo.
Possui uma boa composição de agentes antioxidantes, substâncias responsáveis por defender o sistema imunológico das ações externas de radicais livres (vírus e bactérias) no organismo.
Ajuda a desinchar o corpo: Também por causa dos agentes antioxidantes, as tangerinas possuem características detox, de limpeza e desintoxicação do organismo, ajudando na queima de gorduras localizadas.
Combate o envelhecimento: As vitaminas e minerais presentes na fruta ajudam no combate ao envelhecimento precoce das células, promovendo uma pele mais saudável e hidratada, além de cabelos mais volumosos e fortes.
Minas só perde para SP
Minas é o segundo maior produtor de mexerica do país, ficando atrás apenas de São Paulo, com cerca de 22% de toda a produção nacional. Quinze mil produtores cadastrados pela Emater-MG, produzem aproximadamente 245 mil toneladas da fruta por ano. O município de Campanha é o maior produtor do estado, seguido de Belo Vale, Brumadinho, Tocantins e Bonfim. Por causa das chuvas de granizo no final do ano passado, muitas lavouras no sul de Minas foram prejudicadas. Mas a produção na Jaíba deve compensar as perdas.
Quebra de safra
O analista de Assistência Técnica e Gerencial do Sistema Faemg/Senar, João Thomaz Cruz Silva, confirma que as lavouras de mexerica e dos chamados citros (incluindo a laranja e o limão) de um modo geral, sofreram bastante com a geada e as chuvas de granizo do final do ano passado.
“Houve uma quebra de safra que deverá impactar numa redução da produção. Quando isso ocorre, os produtores precisam entrar com o manejo de poda, visando a recuperação do pomar para 2024 e isso, claro, afeta o mercado atual e o preço final ao consumidor. Então, é bem provável que a mexerica fique sim um pouco mais cara, se comparada aos anos anteriores, em função da menor oferta”, explicou.
Mas o analista lembra que nem todas as regiões produtoras da fruta, no estado, foram afetadas. No Norte de Minas, por exemplo, mais precisamente nos municípios de Jaíba, Matias Cardoso e Formoso, não foram registradas intercorrências climáticas. “Portanto, não deveremos ter uma variação tão grande nos preços nas frutas oriundas dessa região, equilibrando o mercado final”.
Greening é grande o vilão
A doença de greening é o principal pesadelo dos produtores de citros. Causada pela bactéria Candidatus liberibacter, transmitida pelo inseto psilídeo (Diaphorina citri), tem a capacidade de dizimar lavouras inteiras.
A bactéria se aloja no floema e rapidamente se espalha. Não há cura.
Os sinais de contaminação são um amarelecimento irregular e sem simetria nas folhas. Os frutos amadurecem de forma irregular e também apresentam deformações e assimetrias.
O manejo do greening é realizado por meio do controle do psilídeo, inspeção e monitoramento constante além da erradicação das plantas contaminadas.
Fonte: Itatiaia