O que é hipertensão arterial? Médico explica sintomas, diagnóstico, tratamento e principais riscos
O Dia Mundial da Hipertensão é comemorado nesta quarta-feira (17), com o objetivo de conscientizar a população sobre a doença crônica e silenciosa afeta aproximadamente 38 milhões de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. Além disso, dados da Organização Pan-Americana de Saúde de 2022 mostram que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte nas Américas.
Segundo o médico cardiologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, Marcus Bolívar, a hipertensão arterial é um fator de risco para o desenvolvimento de complicações cardiovasculares, como infarto do coração, considerado a principal causa de morte no Brasil. A hipertensão também causa o AVE, além de insuficiência cardíaca e renal.
“A maioria dos hipertensos no Brasil não está controlada, ou seja, não está dentro dos níveis adequados de pressão e sofrem as consequências da hipertensão. Por isso é elevado o percentual de pessoas hipertensas que sofrem infarto, derrames, problemas na visão e nos rins”, explica o médico.
Quem tem pressão alta é hipertenso?
O médico Marcus Bolívar explica que uma pessoa com pressão elevado não necessariamente é hipertensa, já que é comum que a pressão arterial varie durante o dia. Por isso, é importante fazer o controle e, em casos de elevações extremas, procurar um médico.
“Nós podemos ter, ao longo do dia, elevações de pressão com tensões emocionais e exercícios físicos. No entanto, sempre que medimos a pressão e ela está acima de 120 por 80, o famoso 12 por 8, devemos estar atentos e avaliarmos mais vezes a pressão. O médico saberá dizer se aquele nível de pressão é ou não a hipertensão arterial”.
Como diagnosticar a hipertensão arterial?
Apenas um médico pode diagnosticar um paciente com hipertensão. Diversos exames podem ser feitos para auxiliar no diagnóstico. Normalmente, é importante mediar a pressão mais de uma vez no dia durante diferentes situações. Outra forma é fazer a monitorização da pressão a partir de aparelhos.
“O diagnóstico da hipertensão é feito quando avaliamos níveis de pressão acima de 120 por 80, em geral, consideremos a cifra de 140 por 90, mas todas as medidas acima de 135 por 85 são consideradas alteradas. Há várias variações da pressão ao longo do dia, que só o médico saberá dizer se é correto, se está dentro da normalidade, ou se já caracteriza a hipertensão”, relata o cardiologista.
Hipertensão arterial tem cura? Qual o tratamento?
Marcus Bolívar afirma que é raro pacientes se curarem da hipertensão, mas que é possível mantê-la controlada. O tratamento é feito com a mudança de hábitos, com a melhora da alimentação e exercícios físicos regulares, além do auxílio de alguns medicamentos.
“A hipertensão, na maioria das vezes, não tem cura. Alguns casos em que conseguimos perder muito peso, adequar muito a alimentação e fazer atividade física, nós podemos muitas vezes reduzir o número de remédios. No caso de pessoas obesas, quando reduzimos realmente a obesidade, o que ocorre muitas vezes nas cirurgias bariátricas ou nos tratamentos atuais que reduzem muito peso, podemos normalizar a pressão e o indivíduo deixar de tomar remédio, mas isso é uma condição rara”.
Conforme o cardiologista, a maioria dos pacientes hipertensos precisa tomar medicamentos todos os dias para controlar a pressão arterial e evitar que a condição cause sintomas ou aumente o risco da pessoa desenvolver outras doenças.
“Nós não devemos temer os efeitos colaterais, mas sim as consequências da hipertensão, que podem ser danosas. A hipertensão é considerada a principal causa de infarto, de AVC, de doença renal e de insuficiência cardíaca, e por isso deve ser tratada. São medicamentos que agem para reduzir a tensão da parede das artérias e evitar as consequências da hipertensão, que sobrecarrega o coração, os rins, o cérebro e as artérias”.
A hipertensão arterial é genética? Quais as causas da hipertensão?
“Existem sim algumas pessoas com maior tendência a hipertensão, e são aqueles que têm parentes hipertensos. Existe um forte componente na transmissão familiar para a hipertensão. Mas também aqueles indivíduos com sobrepeso ou obesidade, aqueles que consomem grande quantidade de sal, as pessoas mais nervosas, com maior grau de ansiedade, algumas pessoas que têm também outras doenças, como as doenças renais e o diabete”, explica o médico cardiologista Marcus Bolívar.
Além disso, o médico explica que existem algumas causas mais raras de hipertensão, que podem ser relacionadas a doenças endócrinas, renais e de outros órgãos. Segundo ele, essas são chamadas de “doenças hipertensivas secundárias”.
Quais os sintomas da hipertensão arterial?
Apesar de poder causas alguns sintomas, a hipertensão costuma ser assintomática. De acordo com Marcus Bolívar, sintomas como sangramento de nariz, dor de cabeça e cansaço podem ser associados à hipertensão.
“A maioria dos hipertensos, no entanto, não sente qualquer sintoma, mas as suas artérias sentem a elevação da tensão na parede das artérias, o que pode trazer sérias consequências. Por isso a hipertensão deve ser tratada. A maioria dos indivíduos precisa tomar um ou mais medicamentos diariamente, além de perder peso, fazer atividade física, reduzir o consumo de sal e ter uma alimentação adequada. É atenção, também, nas horas de sono, dormir entre sete e nove horas ajuda muito no controle da pressão”.
Fonte: Itatiaia