Carros híbridos a etanol podem estrear no Brasil a partir de 2026
Dona das marcas como Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot e Chrysler, a Stellantis caminha a passos largos para inovar lançando no Brasil o primeiro carro híbrido movido a etanol do mundo. A expectativa é que a novidade chegue ao mercado partir de 2026.
O novo tipo de veículo com motorização elétrica e a etanol visa contribuir para a meta global da marca de reduzir 50% o atual nível de emissões de poluentes produzidas pelos automóveis até 2030.
Transição acessível
Os futuros modelos híbridos movidos a etanol é a aposta da Stellantis para o processo de transição do mercado brasileiro até os veículos 100% elétricos, que custam bem mais caro por conta da tecnologia das baterias. Hoje, o carro 100% elétrico mais barato à venda no Brasil custa R$ 145 mil.
“Em um carro híbrido leve, movido a etanol, poderemos ter uma bateria com custo de 1.000 euros. Num modelo 100% elétrico hoje, o valor dessa bateria, que tem que ser bem maior, salta para 10.000 euros”, exemplifica José Irineu Medeiros, vice-presidente de assuntos regulatórios da Stellantis na América do Sul.
Para a montadora, o uso do etanol combinado à eletrificação é o caminho mais rápido e viável do ponto de vista social, econômico e ambiental para o crescimento da frota eletrificada no Brasil. A pioneira tecnologia híbrida a etanol pode ser a chave para tornar os elétricos mais baratos no país passando pela nacionalização da cadeia de produção.
“Quando olhamos para o pacote, para o leque de tecnologias existentes hoje, das fontes energéticas que temos no Brasil, a combinação do etanol com a motorização elétrica em vários níveis forma o conjunto ideal para fazermos essa transição gradual para os modelos 100% elétricos”, pontua o executivo da Stellantis.
Carro popular a etanol
No próximo dia 25 de maio, o governo federal promete anunciar novas medidas de estímulo à produção e venda de veículos novos no Brasil, que sofre atualmente com paralisações em várias fábricas por falta de demanda.
A expectativa maior sobre o tema envolve a possível volta do chamado “carro popular” no Brasil, com preços mais acessíveis e linhas de créditos que permitam novas formas de financiamento. No entanto, a Stellantis continua cautelosa quanto à faixa de preço dos novos carros de entrada da marca.
“Ainda não dá para fazer conta porque a gente não conhece as regras que o governo irá anunciar. Quando conhecermos, vamos nos debruçar ali para poder fazer a matemática financeira”, avalia Medeiros sobre a possibilidade do esperado “carro popular” custar, hipoteticamente, a partir de R$ 50 mil.
Fonte: O Tempo