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Cientistas brasileiros usam bacilo da tuberculose para criar vacina inovadora contra a Covid-19

Redação9 de junho de 20234min0
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Um grupo de cientistas brasileiros descobriu que a variante do Bacilo Calmette-Guérin (BCG) modificada geneticamente, normalmente usada na produção da vacina contra a tuberculose, pode ser uma opção de baixo custo para a criação de imunizantes contra a Covid-19.

A bactéria produziu uma proteína parecida com dois antígenos (moléculas estranhas ao corpo capazes de ativar a produção de anticorpos) do SARS-CoV-2, e protegeu camundongos expostos à Covid. Os resultados foram publicados em abril de 2023 na revista Journal of Immunology.

“Os resultados foram animadores”, comemorou o pesquisador Sérgio Costa Oliveira, da Universidade de São Paulo (USP), que coordenou o estudo em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Instituto Butantan (SP), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “Não detectamos nenhum sinal do vírus no pulmão dos animais vacinados com a BCG recombinante, com o ensaio de formação de vírus em placas”, completou o cientista ao Jornal da USP.

Os pesquisadores verificaram que os antígenos parecidos com os do SARS-CoV-2 estimularam a produção de anticorpos nas cobaias, bloqueando a ação viral. A variante do bacilo modificada geneticamente é capaz de estimular o sistema imunológico inato, preparando o organismo para se defender de outros micro-organismos perigosos, além da própria tuberculose.

A BCG foi criada em 1921, a partir do bacilo Mycobacterium bovis, isolado de bovinos, semelhante ao M. tuberculosis, que causa a doença, mas é menos virulento. Quatro bilhões de pessoas já foram vacinadas com a BCG, com poucos efeitos colaterais, segundo estudo publicado em 2013 na revista Maedica – a Journal of Clinical Medicine. Por isso, ela é considerada um dos imunizantes mais seguros.

A novidade descrita pelos pesquisadores brasileiros conta ainda com uma característica importante: é menos suscetível às mutações do novo coronavírus. A proteína Spike, usada pelo vírus para infectar as células humanas, já está presente em cerca de 90% das vacinas contra a Covid-19, mas, como o SARS-CoV-2 sofre mutações frequentes, os imunizantes precisam ser atualizados. No caso do bacilo modificado, ele usa a proteína N, que, por ser menos exposta ao sistema imune humano, é mais estável e sofre menos mutações, conferindo maior durabilidade à vacina.

Segundo Sérgio Costa Oliveira, a ideia agora é prosseguir com a pesquisa e ajustar a vacina contra as variantes do coronavírus. Em seguida, partir para testes clínicos em seres humanos. Como houve um aumento considerável de mortes por tuberculose durante a pandemia, a nova vacina poderá facilitar a imunização das duas doenças ao mesmo tempo.

(*) Com Jornal da USP.

Fonte: Hoje em Dia

Redação


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