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Estudo da brasileiro dá novo passo em direção à busca de tratamento da doença de Parkinson

Redação23 de junho de 20233min0
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Pesquisadores identificaram tipo de célula que pode limitar a perda de capacidade motora

Um estudo conduzido pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) mostrou um novo alvo no caminho para o tratamento da doença de Parkinson. Os pesquisadores observaram, em camundongos, que um tipo de célula imunológica, chamada micróglia, pode limitar a perda da capacidade motora e a morte de neuronal.

Os testes foram realizados em animais que receberam uma toxina indutora de sintomas semelhantes aos da doença de Parkinson, aplicada diretamente no cérebro. O grupo que manteve as micróglias registrou perdas menos significativas de neurônios e de movimento quando comparado aos demais roedores.

“Esses resultados sugerem um possível alvo para o tratamento da doença no futuro, quando descobrirmos mecanismos capazes de ativar a micróglia de maneira benéfica”, disse a pesquisadora Carolina Parga. Parte da investigação foi feita na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, onde Parga realizou um intercâmbio durante seu doutorado.

A descoberta contradiz o que os próprios pesquisadores do ICB e outros estudiosos da área haviam visto anteriormente sobre essas células. Até então acreditava-se o contrário, pois, quando elas eram bloqueadas por fármacos, os sintomas do Parkinson eram mitigados.

“A hipótese mais provável para explicar essa diferença nos resultados é a atuação dos dois fenótipos da micróglia, algo já identificado anteriormente na literatura científica. Uma característica, a positiva, que protege contra a perda neuronal, talvez se manifeste no início da doença, e a outra característica, a negativa, que impulsiona essa perda neuronal, vai predominando à medida que a doença vai evoluindo”, detalha Luiz Roberto Giorgetti de Britto, coordenador do estudo pelo Laboratório de Neurobiologia Celular do ICB.

Segundo ele, isso reforça a importância de desenvolver formas de diagnósticos mais assertivas para as doenças neurodegenerativas. “Trata-se de doenças que podem estar ativas durante décadas antes do diagnóstico, que, em geral, se dá só após a manifestação de sintomas, mas sendo mitigadas pela micróglia e outros mecanismos”, afirma.

Os pesquisadores agora se aprofundam nos resultados obtidos e nas hipóteses levantadas e também estudam as possíveis implicações da micróglia em modelos animais da doença de Alzheimer.

Fonte: Itatiaia

Redação


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