Minaspetro alerta para risco de desabastecimento em postos de combustíveis de MG
Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), a situação continua mais grave para os estabelecimentos do interior de marca própria (bandeira branca), mas há problemas no fornecimento também dos bandeirados. O temor é que a prática gere o desabastecimento de algumas regiões, além de uma antecipação do aumento dos combustíveis devido à baixa oferta.
Segundo o sindicato, os revendedores alegam que as empresas estão adotando essa prática comercial por causa do aumento do preço dos combustíveis, previsto para semana que vem, devido à volta da incidência dos impostos federais na gasolina e etanol.
Segundo um proprietário de uma rede com 30 postos em BH e região metropolitana, que prefere não se identificar, o problema da restrição tem sido uma prática comum das companhias. “Toda vez que há uma mudança na incidência tributária ou possibilidade de reajuste da Petrobras, ironicamente, some gasolina das bases. O engraçado é que no dia seguinte da vigência desses reajustes, brota gasolina nas distribuidoras. Parece o milagre da multiplicação: em um dia falta, no outro, sobra”, critica.
Segundo o empresário, em muitos casos, as distribuidoras não dão justificativas aos postos. “Eles simplesmente não acatam nosso pedido ou atendem parcialmente”, explica.
O Minaspetro alerta que esse tipo de prática das distribuidoras pode ferir cláusulas de contratos das companhias com os postos.
Em contato com a reportagem de O Tempo, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), que representa as principais distribuidoras do país, disse que não tem informações sobre o tema e, por isso, não há o que comentar.
O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), por sua vez, informou que não exerce atividade econômica e não se manifesta sobre questões comerciais.
Gasolina ficará R$ 0,22 mais cara a partir de sábado
A partir deste sábado, 1° de julho, volta a cobrança integral do PIS/Cofins e da Cide sobre o combustível, levando a um aumento de R$ 0,22 no preço do litro da gasolina.
Em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro zerou as alíquotas dos tributos federais sobre a gasolina, etanol, diesel, biodiesel, gás natural e gás de cozinha, numa tentativa de forçar a redução dos preços pouco antes do período eleitoral. A medida tinha validade até 31 de dezembro de 2022.
No início deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu prorrogar por dois meses a desoneração dos impostos, mas prevendo a volta parcial da cobrança a partir de março para a gasolina e para o etanol e o retorno integral para os dois combustíveis a partir de 1º de julho.
Antes da desoneração, os tributos federais representavam R$ 0,69 por litro de gasolina. Em março, quando eles voltaram a incidir parcialmente sobre o combustível, a gasolina teve um aumento de R$ 0,47. Os outros R$ 0,22 só serão cobrados com o retorno integral dos tributos, no próximo mês.
Com Alexandre Nascimento
Fonte: O Tempo