Cafés Especiais – Cuidados na Colheita e Pós Colheita
A colheita e o pós-colheita do café são etapas essenciais para garantir a qualidade dos grãos e atender às exigências dos consumidores, especialmente quando se trata de cafés especiais. Tanto na colheita manual, ainda bastante utilizada em Muzambinho devido à sua topografia, quanto na colheita mecanizada, são necessários cuidados específicos para obter um café de alta qualidade. A Agropecuária Santa Inês, produtora de cafés especiais, reconhece a importância desses cuidados e se preocupa em aprimorar seus processos para proporcionar uma experiência excepcional aos apreciadores de café.
Um dos primeiros cuidados a serem observados é o acompanhamento da maturação dos frutos para identificar o momento ideal de iniciar a colheita. O ponto ideal é geralmente quando os grãos apresentam de 15% a 20% de grãos verdes, evitando assim o aumento da catação e da adstringência na bebida. Essa etapa requer atenção e conhecimento por parte dos produtores, pois a colheita antecipada ou tardia pode comprometer a qualidade do café.
Após a colheita, é fundamental levar os frutos para o lavador de café. Essa máquina desempenha um papel crucial na higienização dos grãos, separando o café verde do café cereja (maduro). A lavagem adequada dos grãos tem um impacto significativo no resultado final da bebida, proporcionando um fruto mais limpo e seguro, além de contribuir para a qualidade sensorial da xícara de café.
A seleção cuidadosa dos grãos também é um passo importante. Dentro de um mesmo lote, é comum haver variação nos tipos de frutos, incluindo frutos mais passados, mais maduros ou verdes. Portanto, é essencial separar esses frutos durante o processo de seleção para manter a consistência e qualidade dos lotes.
Após a lavagem, os grãos de café são espalhados em grandes pátios para secarem ao sol. A duração desse processo pode variar de alguns dias a algumas semanas, dependendo das condições climáticas e das características físicas dos grãos, como se estão descascados ou em sua forma natural. Durante esse período, os grãos devem ser virados e revirados regularmente para garantir uma secagem uniforme.
É importante identificar e rastrear os lotes, registrando informações como talhão, data da colheita e término do processo de secagem. Isso permite identificar eventuais diferenciais ou problemas ao longo do processo, auxiliando na garantia da qualidade e rastreabilidade do café.
A secagem dos lotes deve ser conduzida de forma separada, iniciando com uma camada fina de grãos e aumentando a espessura à medida que avança a secagem. Além disso, os grãos devem ser constantemente movimentados, acompanhando a direção do sol. Esses cuidados contribuem para a uniformidade e qualidade do café.
É crucial evitar que o café seja levado para o secador se estiver acima do período de meia seca. A temperatura durante a secagem também deve ser cuidadosamente monitorada para não comprometer a qualidade dos grãos.
A umidade ideal dos grãos de café, ao final da secagem, situa-se entre 11% e 12%. Valores abaixo de 11% podem resultar em perda de peso e aumento da quebra dos grãos, enquanto valores acima de 12% podem afetar negativamente a qualidade do café em termos de aspecto e sabor.
Após a conclusão do processo de secagem, o café deve passar por um período de descanso na tulha. Nesse estágio, é importante realizar a regulagem da máquina de beneficiamento para evitar a quebra dos grãos e garantir a ausência de impurezas no café beneficiado.
Todos esses cuidados e práticas adotados pela Agropecuária Santa Inês têm como objetivo garantir aos consumidores um café de qualidade excepcional. Os apreciadores têm a oportunidade de desfrutar dos melhores cafés produzidos nas montanhas cafeeiras de Muzambinho, na região sul e sudoeste de Minas Gerais. Com o aumento do conhecimento e paixão dos consumidores por café, esses cuidados e exigências se tornaram um diferencial importante no mercado, impulsionando a busca por processos aprimorados e pela melhoria contínua da qualidade dos cafés especiais.