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Covid-19 durante a gravidez pode afetar o desenvolvimento do bebê? Entenda

Redação19 de julho de 20235min0
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Estudo da UFMG analisou 224 bebês expostos aos vírus durante a gestação e chegou a uma conclusão

covid-19 ainda é motivo de preocupação para as gestantes que testam positivo para a doença. O bebê é, de alguma forma, afetado? É em busca de uma resposta que a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais acompanha o desenvolvimento de bebês que as mães tiveram covid durante a gravidez há pelo menos 12 meses. E os primeiros resultados saíram.

Ao compararem o desenvolvimento de 224 bebês que foram expostos ao vírus durante a gestação com outros 225 que não tiveram contato com a doença, os pesquisadores não identificaram nenhuma relação entre a infecção e a suspeita de atraso no desenvolvimento infantil. Em outra análise, um maior risco foi detectado para crianças cujas mães foram infectadas no primeiro trimestre da gestação.

Entenda melhor

O trabalho foi desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente, durante o mestrado de Gabriela Pinheiro. As crianças foram recrutadas no momento do teste do pezinho, quando mães e filhos coletaram sangue para pesquisa de anticorpos contra o SARS-CoV-2. As famílias são de Contagem, Itabirito, Nova Lima, Ipatinga e Uberlândia.

Além de não encontrar diferença significativa no desenvolvimento infantil dos dois grupos de bebês, expostos ao não à covid-19, o estudo também revelou que a presença de sintomas da doença na gestante não influencia em maior ou menor impacto na criança.

Por que, então, a covid no primeiro trimestre da gestação é mais grave ao bebê?

Nos casos acompanhados em que foi possível identificar o momento em que a infecção materna aconteceu, a equipe de pesquisa analisou o impacto no bebê trimestre por trimestre.

O maior risco à criança foi identificado nos filhos de mulheres que pegaram covid-19 no primeiro trimestre da gestação. Esses bebês demonstraram maior suspeita de atraso do desenvolvimento aos 12 meses de idade do que os demais.

Depressão materna e parto cesárea são fatores de risco

Ainda no estudo, dois fatores de risco para atraso do desenvolvimento das crianças foram identificados: a suspeita de depressão materna e o parto cesárea. A conclusão da pesquisadora Gabriela Pinheiro é que o contexto da pandemia teve o potencial de afetar negativamente o desenvolvimento infantil, embora as pesquisas disponíveis até o momento não tenham conseguido isolar completamente o efeito do vírus dos outros determinantes.

“Existem poucos estudos que avaliaram o desenvolvimento infantil de crianças expostas ao SARS-CoV-2 no mundo. Em um artigo de revisão de literatura, identificamos apenas 10 pesquisas relevantes na área”, afirma. Segundo ela, todo o cenário da pandemia são preocupantes para essa geração. “A magnitude da pandemia trouxe um cenário de insegurança. A insegurança causada pelo vírus, a insegurança alimentar, o luto pelos familiares, o fechamento de escolas e o isolamento social”, pontua.

Pesquisa continua

Os dados da pesquisa foram apresentados à Secretaria Estadual de Saúde e o estudo ainda acompanhará o desenvolvimento das crianças até os dois anos de idade.

Apesar dos pesquisadores não terem encontrado associação direta entre a infecção por covid-19 na gestação com o desenvolvimento infantil até os 12 meses de idade, nada impede que o impacto aconteça mais para frente. “O desafio da saúde pública será investir no que pode ser mudado não só com as crianças expostas ao vírus, mas com toda uma geração que ficou isolada numa fase muito importante para o neurodesenvolvimento”, destaca Gabriela Pinheiro.

Fonte: O Tempo

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