Epidemia em MG: especialistas listam cuidados contra dengue e
Minas Gerais enfrenta uma epidemia de dengue e chikungunya cada dia maior. De forma inédita, um estudo de vigilância epidemiológica identificou recorde de mineiros infectados com as duas doenças ao mesmo tempo. No Estado, os casos de dengue saltaram 351%, e de chikungunya 1340%. De acordo com especialistas, a forma mais eficaz de conter o avanço das infecções ainda é extinguindo os focos do mosquito, hábito que não pode ser esquecido nas residências.
“É um problema coletivo e, como epidemia, cada um deve cuidar de si e dos outros. Nós relaxamos com os cuidados com a pandemia quando estávamos focados na covid. E agora é hora de retomar”, incentiva a coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento do Hermes Pardini/Grupo Fleury, Danielle Zauli, responsável pelo estudo de vigilância genômica e epidemiológica de dengue e chikungunya.
Já existe uma vacina contra a dengue no mercado privado, mas, até que o imunizante seja oferecido pelo SUS, a única forma de conter a transmissão dos arbovirus dengue e chikungunya é contendo os focos do mosquito. “A importância de eliminar os focos do aedes aegypti é tarefa para o ano todo. Os ovos do mosquito ficam adormecidos até a chegada da água, seja chuva ou água parada. Então, se eliminarmos esses focos, eliminaremos as larvas, os mosquitos e as infecções. A prevenção tem que começar no período seco”, alerta o infectologista Leandro Curi.
Só para se ter uma ideia, na capital Belo Horizonte, 83% dos focos do mosquito estão em domicílios, de acordo com último Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), de 2022. Sendo assim, podem ser evitados por medidas de prevenção e extermínio dos chamados criadouros, aqueles lugares que acumulam água parada.
Como eliminar os focos do mosquito
- Mantenha as lixeiras de casa sempre tapadas, principalmente as externas;
- Quintal não deve ser lugar para lixo ou entulho;
- Tampe tonéis e caixas d’água;
- Mantenha os ralos limpos e com aplicação de tela;
- Retire os pratinhos das plantas;
- Retire água acumulada na área de serviço;
- Mantenha garrafas e baldes virados para baixo;
- Preserve os reservatórios de água de ar-condicionado, geladeira e umidificador vazios e secos;
- Atenção com plantas que podem acumular água, como babosa e bromélia. Coloque-as em local coberto;
- Lave os bebedouros de animais de estimação com bucha ou escova, com periodicidade;
- Mantenha limpos ralos internos e externos e calhas de chuva;
- Estique bem as lonas usadas para cobrir objetos ou a piscina para evitar formação de poços de água.
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG)
Cenário da epidemia no Estado
Um estudo de vigilância genômica e epidemiológica de dengue e chikungunya da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com o Laboratório Hermes Pardini/Grupo Fleury revelou um aumento inédito no número de casos de infecção simultânea de dengue e chikungunya. De janeiro a julho deste ano, 11% dos mineiros adoeceram com os vírus da dengue e da chikungunya no corpo. No mesmo período de 2022, o índice era de 2-3%, ainda raro.
De acordo com dados do boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), os casos de dengue saltaram 351% no Estado, saindo de pouco mais de 60 mil infectados no final de agosto de 2022 para quase 275 mil no mesmo período deste ano. Já as infecções por chikungunya surpreendem ainda mais: aumentaram 1340%. Minas já está registrando quase 66 mil infectados em 2023 – no ano passado, foram pouco mais de 4.500 doentes até o final de agosto.
Fonte: O Tempo