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Por que roncamos? Conheça 4 possíveis causas e saiba como tratá-las

Redação15 de setembro de 202310min0
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Ao entender por que roncamos fica mais fácil tratar o problema, mas sempre com o auxílio de um profissional

Por que roncamos? As respostas para essa dúvida, que pode ser bastante comum, são várias.

Conversamos com Alexandre Annibale (CROSP 77.712), cirurgião-dentista e doutorando em Sono pelo Instituto do Coração do Hospital da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). E ele já mandou a real: roncar não é normal.

Annibale explica que existem roncos e roncos. E todos eles merecem ser avaliados.

Entenda mais a seguir.

Por que roncamos? Profissional explica

No geral, o ronco indica que a passagem de ar pela garganta está obstruída. Ele ocorre quando há a vibração dos tecidos moles que revestem a garganta.

Ao tentar passar, o ar encontra uma resistência, então acontece a vibração e, consequentemente, aquele som que por vezes pode ser até desconfortável, não só para quem ouve, mas também para quem o faz sem saber.

Uma pessoa igualmente pode roncar por conta de um estreitamento da garganta, para além de um nariz obstruído quando se está gripado, por exemplo.

Annibale explica que o ronco serve, em muitos casos, para avisar o paciente — e as pessoas ao redor — que algo não vai bem com a saúde. Quando ignorado, o problema pode se agravar e piorar outras condições, como as apresentadas na sequência.

4 possíveis causas do por que roncamos

1. Obesidade

Quando se engorda, também pode acontecer de engordar a língua, as bochechas, o pescoço, além da barriga e de outras partes do corpo, obstruindo as vias respiratórias e gerando o ronco.

2. Dentição

formação da arcada dentária e como se morde — processo chamado de oclusão — também podem favorecer o aparecimento do ronco. O tamanho do maxilar e da mandíbula e a interação entre ambos igualmente influenciam o processo.

3. Apneia do sono

A apneia obstrutiva do sono consiste em uma parada total da respiração por, no mínimo, dez segundos. Ocorre porque, ao dormir e relaxar a musculatura naturalmente, a garganta se fecha.

Assim, o ronco age como fator ressuscitador, para fazer o ar passar novamente. Além dele, pode ocorrer de ranger os dentes, projetando a mandíbula para a frente.

De modo geral, quando a apneia do sono acontece, os níveis de oxigênio caem, afetando todo o sistema cardiovascular. É aí que o cérebro entra em cena, agindo para fazer que o problema seja resolvido.

Esse tipo de doença afeta 33% da população, de acordo com dados divulgados em pesquisa conduzida pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Trata-se de um mal silencioso, já que grande parte das pessoas não sabe que o tem, só se incomodando quando o ronco passa a ser insuportável. Por isso, fazer o diagnóstico é importante.

A apneia é uma doença potencialmente fatal. A partir dela, outras podem surgir, como:

  • acidente vascular cerebral (AVC);
  • mal de Alzheimer;
  • ganho de peso;
  • perda da libido;
  • depressão;
  • diabetes;
  • infarto.

Antes de isso acontecer, os seguintes sinais de alerta podem aparecer:

  • ficar desatento com frequência;
  • ter sonolência excessiva diurna;
  • ter dificuldades de aprendizado;
  • responder mal a medicações;
  • estar com a memória fraca;
  • ir mal no trabalho.

Assim, fazer a higiene do sono, que é uma série de cuidados ao longo do dia, melhora a qualidade de vida. Ter uma dieta balanceada, praticar atividades físicas e evitar usar aparelhos eletrônicos à noite contribui para ter noites bem dormidas.

4. Aumento da pressão

O ronco também tem relação com o risco de desenvolver hipertensão arterial sistêmica. Caso não seja tratado, pode levar o paciente a ter um AVC ou até uma parada cardiorrespiratória.

Quando roncar acaba em divórcio

Bem, por que roncamos você já sacou, certo? Agora, há situações em que roncar pode acabar, inclusive, com um casamento. A neurocientista norte-americana Rosalind Cartwright estudou como o ronco afetava a vida das pessoas e os relacionamentos delas.

O fascínio pela questão era tanto que ela recriou um quarto em um laboratório, no qual realizava os estudos com pacientes. Nessa jornada, identificou que muitas pessoas se divorciavam não porque não gostavam dos parceiros, mas porque o ronco decretou o término da relação.

A cientista observou que, enquanto um dos parceiros roncava e acordava inúmeras vezes ao longo da noite, o outro, geralmente a mulher, dormia de forma cada vez menos eficiente, acarretando um cansaço constante e até evoluindo para a depressão.

 

Entenda como é feito o diagnóstico do ronco e como o tratar

Annibale explica que geralmente a busca pelo diagnóstico ocorre quando uma segunda pessoa ou mais pessoas que convivem com o paciente relatam o incômodo.

Aí você pode se perguntar: mas e quando se mora sozinho, o que fazer? O cirurgião-dentista explica que hoje existem aplicativos gratuitos, como o SnoringLab, que podem contribuir para entender o que acontece ao dormir, a partir de gravações do sono.

No entanto, o exame que identifica e pode ajudar a “cortar o mal pela raiz” é a polissonografia. A versão do tipo 4, chamada de Biologix, é considerada a menos invasiva, já que é feita na casa do paciente, com um sensor aplicado na ponta do dedo. Caso necessário, é possível repetir quantas vezes for preciso para entender as variações durante o sono.

Já o tratamento depende do diagnóstico. Isso porque outros problemas podem estar relacionados, como é o caso do bruxismo. Caso apenas esse último seja tratado com o uso de placa, melhora-se um, mas piora-se o quadro de apneia.

Por isso, entre as formas de tratar o ronco, estão:

  • terapia posicional, em que se usa uma faixa nas costas para evitar que o paciente durma em determinada posição;
  • CPAP, aparelho de pressão positiva do ar usado em casos mais graves;
  • tratamento fonoaudiológico, para fortalecer a musculatura da garganta;
  • cirurgia ortognática, feita por um cirurgião-dentista bucomaxilofacial;
  • perda de peso, auxiliada por educadores físicos especializados;
  • aparelho de avanço mandibular para liberar as vias aéreas.

Agora que você já descobriu por que roncamos, a má notícia é que a cura total é inexistente. É preciso, então, seguir um dos tratamentos indicados, que somente devem ser passados por profissionais especializados e autorizados.

Fonte: UAUNESS

Redação


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