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Minas ganha 10 medalhas de ouro em campeonato mundial de queijos, na França

Redação25 de setembro de 20235min0
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Produtor brasileiro ficou entre os 12 melhores queijos do mundo no salão internacional do queijo na França

Considerado o grande salão internacional do queijo na França, o Mundial de Queijos e Produtos Lácteos de Tours deu ao Brasil 81 medalhas na edição deste ano, encerrada no último dia 12. Foram 17 medalhas de ouro, 23 de prata e 41 de bronze. Na edição anterior, realizada em 2021, o Brasil conquistou 57 medalhas. O concurso ocorre a cada dois anos em Tours, no Vale do Loire. Ao todo, foram 1.640 queijos avaliados de vários países, dos quais 288 foram apresentados por 91 produtores brasileiros dos Estados de Minas Gerais, Bahia, Pará, Ceará, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Das 17 medalhas de ouro, dez foram para produtores de Minas Gerais.

Dentre os queijos medalhistas ouro, o concurso selecionou ainda os 12 melhores do mundo na categoria Super Ouro. Destaque para o único produto não europeu, que ficou em sétimo lugar: o Caprinus do Lago, produzido por Fabrício Le Draper Vieira, no Capril do Lago, em Valença, município da região sul do estado do Rio de Janeiro. A França ficou com 10 dessas medalhas e a Suíça com uma. Em entrevista à Agência Brasil, o produtor fluminense revelou que essa foi a primeira vez que ganhou ouro em um concurso mundial de queijo fora do país. Os produtos dele ganharam também uma medalha de bronze para o queijo de vaca com páprica na capa chamado Destino – nome do vilarejo onde seu pai nasceu. “Leva um ano para ficar pronto. E todos os dias, a gente tem que virar e escovar ele. São necessários 17 litros de leite para fazer um quilo de queijo. A produção desse queijo é feita duas vezes por semana, embora ele leve um ano para ficar pronto. A gente faz um queijo de cinco quilos”.

Vieira conta que a fila de espera para comprar o produto tem mais de mil pessoas e que o prazo de espera costuma chegar a um ano. “A gente não esperava tamanha repercussão”. Mesmo com tanta procura, ele não pretende aumentar a produção, mas sim manter a qualidade do produto. “Quero que seja um produto exclusivo, do tipo prêmio, que a pessoa vai ter que esperar para poder provar”. Outro detalhe é que ele não vende o queijo inteiro de cinco quilos para uma pessoa só. “Eu prefiro mandar um pedaço para 20 pessoas do que um inteiro para uma pessoa só”.

Fabrício Le Draper Vieira tem feito degustação do queijo Super Ouro no bistrô que mantém no Capril. “Se a pessoa for lá almoçar ou jantar com a gente, eu permito uma degustação do queijo. Mas só lá. É uma forma também de monetizar um pouco e viabilizar o projeto que ainda não é autossustentável. É um projeto de investimento, porque eu faço queijo da pandemia (da covid-19) para cá. Tem pouco tempo. Eu vivo da odontologia. Sou dentista”.

Nascido em uma família com 38 dentistas, Fabrício tem uma carreira sólida na odontologia. No ano passado, ele foi incluído entre os 100 melhores dentistas em uma lista promovida por uma associação internacional da categoria. Para ele, o segredo de seu sucesso tanto na produção de queijos quanto na odontologia é a paixão. Para ele, tudo que é feito com paixão prospera. “Agora, coloquei tanta paixão no queijo que, em pouco tempo, consegui botar o queijo também entre os melhores do mundo. Acho que a paixão é o grande diferencial de tudo que eu faço. Faço tudo com muito amor, com muita paixão e tem dado certo”.

O gosto pelos queijos e pelas cabras surgiu ainda na infância, quando tinha 12 anos. Pediu ao pai uma vaca, mas viu que não conseguiria tirar leite do animal tão alto. Então, em uma exposição agropecuária, conheceu e se encantou com uma cabra leiteira. “Foi paixão à primeira vista. Eram lindas [as cabras] e de um tamanho que eu podia lidar”.

(Com Agência Brasil)

Redação


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