Cinco ações que podem interferir no consumo do seu carro
Com o preço dos combustíveis em alta, o consumo do carro tem sido uma preocupação recorrente na rotina dos motoristas. Tanto na hora de comprar um novo veículo quanto durante o uso e manutenção do mesmo, o questionamento que sempre vem à mente é: como fazer a gasolina e o etanol durarem mais no tanque para, assim, gastar menos dinheiro com abastecimentos?
A verdade é que, ao contrário do que muitos podem pensar, o modelo do carro (com suas características e especificações próprias) e a procedência do combustível não são os únicos fatores que influenciam no gasto do automóvel. Na verdade, além da topografia das cidades, a altitude e sistemas de freio agarrando, existem práticas bem “banais” que podem fazer o consumo do seu carro aumentar desnecessariamente.
Pensando nisso, o VRUM pegou algumas dicas com a especialista Luciana Félix, dona da Oficina da Lu, em Belo Horizonte, e fez uma lista com cinco ações que podem estar levando o seu carro a consumir mais gasolina ou etanol do que deveria e você, possivelmente, nem imagina. Confira abaixo.
1 – Excesso de peso aumenta o consumo do carro
Talvez não seja uma novidade tão grande assim, mas é sempre bom lembrar: um carro com peso excessivamente maior que a capacidade de carga para qual foi projetado terá maior consumo de combustível.
E a explicação para isso é simples: cada quilograma extra exige mais energia para movimentar o veículo e, logo, mais combustível. Portanto, salvo em ocasiões especiais – quando, por exemplo, o motorista está indo viajar e precisa carregar várias malas –, é sempre bom evitar cargas desnecessárias ou o famoso “peso morto” no interior do carro.
2 – Instalar caixas de som
Para alguns, personalizar o carro com enormes caixas de som e sair por aí dirigindo com a música “no talo” é quase que um hobby. Porém, fato é que essa prática aumenta o consumo de combustível do carro. Depois do item anterior, isso, na verdade, já fica, de certa forma, óbvio, já que esses sistemas de som, na maioria das vezes, são bastante volumosos, aumentando consideravelmente o peso total do veículo.
Além disso, sistemas de som muito potentes e pesados exigem mais do alternador, que tem de trabalhar dobrado para recarregar a bateria, girando mais o motor e aumentando o consumo de combustível. O gasto a mais de combustível é pequeno, mas, se abusarmos da prática, em algum momento, ele pode começar a fazer diferença – especialmente quando se soma, simultaneamente, ao uso de outros dispositivos elétricos que também demandam do alternador, ao peso já elevado do veículo, ao ar-condicionado ligado, entre outros.
No caso específicos dos equipamentos de som, a notícia pode ser ruim para os que curtem ostentá-los com o a música no máximo, mas, pelo menos, deve ser boa para os que se incomodam com a poluição sonora ocasionada por esses veículos do tipo “pancadão”.
3 – Frear ‘o tempo todo’ também faz o carro beber mais
Outra prática que pode parecer banal, mas, na verdade, aumenta o consumo de gasolina e etanol é o uso excessivo – ou melhor, inadequado – do freio. Não, o pedal do acelerador não é o único capaz de gastar o combustível de um veículo.
Pessoas que dirigem pisando no pedal do freio e do acelerador continuadamente (sem manter uma certa constância de aceleração) contribuem para o aumento do consumo de combustível. Isso acontece porque tal comportamento acaba obrigando, repetidamente, a redução de marchas, fazendo com que o motor trabalhe em giros mais altos e, assim, gaste mais combustível.
Além disso, se você obriga o carro a ora frear, ora acelerar, de forma quase que intermitente, o motor, a todo momento, será impulsionado a trabalhar, pois, logo após a freada, ele terá de acionar giros mais altos para recuperar a aceleração. Ou seja, a lógica por trás disso é física: o movimento do carro não é constante, o que significa que o motor está se movimentando mais para proporcionar as mudanças na velocidade, demandando, assim, mais energia (e combustível).
4 – Congestionamentos excessivos impactam no consumo do carro
Seguindo a mesma lógica do uso excessivo dos freios, trafegar com frequência em locais congestionados aumenta o consumo de combustível. Isso acontece porque, nessas situações, o veículo, de certa forma, não mantém uma velocidade constante: a todo momento, ele freia e acelera para acompanhar o trânsito que ora libera um pouco, ora “empaca”. O motor, então, trabalha mais e, assim, consome mais combustível.
Como pontuou Luciana Félix, a injeção eletrônica, durante os congestionamentos, é acionada o tempo todo – seja para mandar combustível para o motor acelerar, seja mantê-lo em marcha lenta –, e isso sem que o carro esteja andando consideravelmente, já que está preso no engarrafamento. Dessa forma, mais gasolina/etanol é gasto para um percurso cuja quilometragem exigiria muito menos combustível em condições normais (sem trânsito). Ou seja, o consumo do carro acaba sendo maior.
5 – Atente-se à luz de injeção acesa no painel
Como apontado por Luciana, muitas vezes, a luz de injeção acesa no painel é banalizada pelos motoristas. A prática, no entanto, é ruim para o bolso, já que, em alguns casos, a luz pode estar indicando algum problema relacionado ao sistema de alimentação do motor, que afeta o consumo de combustível do carro.
O que acontece é que esse sinal aparece quando há algo de errado no sistema de injeção do motor. Às vezes, a irregularidade é uma mera “bobagem”, mas, outras vezes, não – e, nestes casos, aliás, ela pode acabar tendo alguma relação com um gasto de combustível anormal.
Por isso, é sempre importante estar atento à luz de injeção no painel e, caso ela esteja acesa, é imprescindível levar o veículo para a manutenção antes que seja tarde demais – e o eventual problema já tenha causado contas de abastecimento muito maiores que o habitual, além de outros prejuízos.
Curiosidade: rodar pouco pode aumentar o consumo do carro
O natural seria imaginar que, se um carro é pouco utilizado, o seu proprietário terá menos gastos com combustível. Isso é verdade até certo ponto, já que, curiosamente, rodar muito pouco a cada dia deixa o veículo mais “beberrão”.
E qual a lógica por trás disso? Bom, considerando que o motor precisa atingir a temperatura ideal de funcionamento para o calor expandir os componentes internos e, assim, garantir sua correta lubrificação, usar o carro continuamente em deslocamentos muitos curtos (insuficientes para que a temperatura ideal seja atingida) acelera o desgaste do propulsor, que, então, passa a exigir um consumo cada vez maior de gasolina ou etanol.
Fonte: Vrum