Picanha é eleita o melhor prato do mundo, à frente de iguarias da Malásia e Tailândia
E o site Taste Atlas, que se especializou em votações ‘das melhores e piores comidas do planeta’, publicou mais uma de suas listas que dão o que falar. Dessa vez, o alvo foram os “Melhores Pratos do Mundo”. E sabe quem chegou ao primeiro lugar no topo do ranking divulgado nesta terça-feira (12)? Ela mesma, a nossa picanha.
Essa parte do boi, preferida entre 9 de cada dez brasileiros, recebeu 4,75 de 5 estrelas em avaliações de usuários do site em todo o mundo, deixando para trás iguarias consagradas como o Roti Canai, pão folhado da Malásia e o Phat Kaphrao, carne da Tailândia.
O engenheiro agrônomo, formado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSC), cujo principal passatempo é estar à frente de uma churrasqueira, Walter Ribeiro, disse que a qualidade da carne brasileira tem a ver com a dieta e a boa genética dos animais. “Uma boa picanha tem que ter uma boa capa de gordura e marmoreio, que são as partes brancas entre as fibras da carne. São elas que conferem mais sabor e suculência quando derretem durante o preparo, na churrasqueira. Quanto mais marmoreio, mais valorizada é a carne”, explica.
Segundo ele, os animais confinados e tratados a pasto e ração, conseguem mais rapidamente essas características. Mas todavia, entretanto…. Há que se reconhecer que a picanha dos nossos vizinhos argentinos, não fica para trás e pode, muitas vezes, ser até melhor que a nossa. “Hoje em dia, há menos diferença entre as carnes brasileiras e argentinas, porque há um trabalho intenso no Brasil para a produção de carne de Angus, muito encontrada nas chamadas Boutiques de Carne (ou açougues de luxo)”.
O Angus, para quem não sabe, é resultado do cruzamento de raças zebuínas com raças europeias, que muito propensas à formação dos desejáveis marmoreios. Walter lembra que nas regiões de clima temperado, como é o caso da Argentina, os rebanhos de gado de corte não são Zebu e sim Angus. “Esse é o normal deles, assim como o Nelore é o gado mais comum por aqui. A maior parte dos animais aqui são meio sangue Angus e meio sangue Nelore porque precisamos da rusticidade do Nelore”.
Outra vantagem dos argentinos é que as pastagens de clima temperado rendem pastos com muito mais qualidade nutricional do que os pastos de clima tropical. “Nos climas temperados, cabem muito menos bois por hectare, porque as plantas produzem menos, só que a qualidade do volumoso (alimentos com alto teor de fibra e baixo valor energético) é muito maior do que a nossa, o que acaba propiciando carnes melhores. Mas, hoje, no Brasil temos cruzamentos que oferecem a mesma qualidade e quantidade de marmoreio”.
Dados do governo federal mostram que o país produz 9,7 milhões de toneladas de carne bovina e exporta 25% da produção.
Dicas de Preparo
- Corte a picanha no sentido transversal às fibras com pelo menos três centímetros de espessura. Para salgá-la, use sal grosso triturado e coloque sal de ambos os lados da carne, mas sem esfregar.
- Para assar, sele a carne colocando o espeto a cerca de 20 cm do fogo por alguns minutos para cada lado da carne e depois levante para cerca de 40 centímetros assando até o seu ponto desejado.
- Também pode-se fatiar bifes de picanha com cerca de três centímetros de espessura e grelhar.
- A grelha deve estar há cerca de 20 cm da brasa e será grelhada rapidamente, levando algo como 8 minutos para cada lado da picanha para chegar ao ponto para mal passado, lembrando que você deve virar a carne sem furá-la, senão você irá perder o suco.
- Para salgar, também use sal grosso triturado.
Outras comidas brasileiras aparecem entre as 100 melhores no Ranking Taste Atlas foram:
- o vatapá ficou em 16º (nota 4,61),
- o escondidinho apareceu em 58º (nota 4,52)
- o tutu de feijão ocupou o 93º lugar (nota 4,49).
- O ranking do TasteAtlas é feita com base em votos de usuários do site e de um mecanismo que busca diferenciar votos legítimos e inválidos por meio do comportamento do usuário na internet.
Fonte: Itatiaia