Especialista prevê cenário mais otimista para produtores de leite em 2024; entenda
O assessor técnico da Emater-MG, Alexandre Gonzaga de Paula, está otimista com relação a uma melhor remuneração a ser paga aos produtores de leite mineiros em 2024, apesar de termos “chegado ao fundo do poço” na semana passada. De acordo com pesquisa de preços realizada, semanalmente pela Emater-MG, o preço do litro atingiu um valor cerca de 18% menor do que o alcançado no mesmo período de 2023. A pesquisa foi feita entre produtores do sul de Minas, a maior região produtora do estado, responsável por cerca de 17% da produção total.
- Redução do ritmo de alta dos custos de produção, iniciada ainda no ano passado, com alívio nos preços do concentrado, principalmente farelos de soja e milho, ração e polpa cítrica.
- Voltou a chover em fevereiro, com isso, a perspectiva é de melhora na produção do milho e da soja, o que deve reduzir as cotações.
- Por conta de uma maior demanda interna e externa pelo milho brasileiro, os preços do grão enfrentam viés de alta no mercado físico brasileiro.
- A forte pressão importadora também deve ser reduzida, com a mudança no cenário econômico da Argentina.
- Os preços do produto já subiram bastante por lá, reduzindo a atratividade do leite argentino para as indústrias brasileiras.
- Uma gradativa redução das taxas de juros no Brasil deverá incentivar um aumento do consumo interno do leite e seus derivados no país. E, pela lei da oferta e da procura, naturalmente essa maior demanda deve contribuir para melhorar os preços recebidos pelos produtores.
Dados devem ser acompanhados diariamente
Como o setor de lácteos sofre forte influência das conjunturas econômicas externas e internas, além dos eventos climáticos, é importante que os produtores “façam o dever de casa”. Só assim, estarão preparados para momentos de crise, quando as margens de lucro ficam muito reduzidas. “E quando o momento for mais positivo, vale a pena planejar com muita cautela os investimentos, alerta Alexandre.
Índices devem eficientes
“O mercado é muito volátil, influenciado por fatores que não dependem dos pecuaristas, como importações, preço dos insumos e clima. Então, é importante que os produtores mantenham índices zootécnicos eficientes, com todos os dados da fazenda muito bem acompanhados. Com assistência técnica de qualidade, é possível manter esse controle, que é fundamental tanto nos momentos de crise quanto nos períodos em que o mercado leiteiro está mais positivo”, explicou o especialista.
Cautela nos Investimentos
Ele aconselha ainda cautela nos investimentos, que devem ser planejados a médio e longo prazos: “O ideal é ter uma perspectiva de cinco a oito anos, pensando em reposição do rebanho, melhoria genética e inseminação artificial, descarte (venda) de animais e também no investimento em produção própria de alimentos para o gado, especialmente para os períodos secos, como capineiras, cana de açúcar… Tentar investir em tudo de uma vez pode ser um tiro no pé, pois de repente o mercado pode mudar”, orienta Alexandre de Paula.
Fonte: Itatiaia