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Dengue assintomática: ‘infecção silenciosa’ e ‘risco invisível’ preocupam autoridades

Redação20 de fevereiro de 20249min0
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Min. da Saúde estima que a categoria atinge entre 70% a 80% dos casos de dengue, dificultando a identificação e o tratamento precoce da doença no Brasil

A dengue assintomática, forma da doença que não apresenta sintomas perceptíveis, pode ser tão grave quanto a comum e preocupa as autoridades ao contribuir com o aumento da “transmissão silenciosa” dos casos.

A dengue assintomática pode ocorrer em qualquer faixa etária, incluindo crianças. O Ministério da Saúde estima que a categoria acometa entre 70% a 80% dos casos e desafia o controle da doença, pois dificulta a identificação e o tratamento precoce.

A presença do vírus no sangue pode ocorrer mesmo na dengue assintomática. Nesse período, o mosquito Aedes aegypti pode picar o indivíduo e transmitir a doença para outras pessoas, contribuindo para o aumento da crise sanitária no Brasil.

Segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Min. da Saúde, o Brasil registrou 113 mortes em 2024, além de mais de 653 mil casos prováveis de dengue.

Isso significa que para cada 100 mil habitantes no país, 321,9 pessoas foram infectadas com dengue.

A expectativa é que Minas Gerais vivencie o pior ano da história da dengue em 2024, em comparação com anos epidêmicos anteriores, de acordo com a Secretaria de Saúde.

Belo Horizonte decretou epidemia de dengue e estado de emergência em fevereiro, após o aumento súbito de casos em comparação com 2023.

Grave

A dengue assintomática pode ser tão grave quanto a forma sintomática da doença – que é caracterizada por febre alta, dores musculares e articulares, além de outros sintomas.

Isso pode parecer contraditório, mas a gravidade da dengue está relacionada principalmente à resposta do sistema imunológico ao vírus, gerando um “risco invisível”.

Em alguns casos, mesmo na ausência de sintomas, o sistema de defesa do organismo pode reagir de forma exagerada e causar:

  • Aumento da permeabilidade vascular: pode causar extravasamento de líquido dos vasos sanguíneos para os tecidos, levando à queda de pressão arterial e, em casos graves, ao choque – que leva à falta de oxigênio nos órgãos e tecidos.
  • Hemorragias: o vírus da dengue pode afetar as plaquetas, responsáveis pela coagulação do sangue. Isso pode levar a sangramentos leves, como manchas na pele, ou a sangramentos graves, como hemorragia interna.
  • Falha de órgãos: em casos raros, a resposta inflamatória pode ser tão intensa que pode levar à falha de órgãos, como fígado, rins e pulmões.

Especialistas indicam que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações da doença.

Em caso de suspeita de dengue assintomática, consulte um médico para avaliação e acompanhamento.

Como saber se você teve dengue assintomática?

1. Teste de sorologia:

O teste de sorologia é o método mais indicado pelo Min. da Saúde para detectar a dengue assintomática pela presença de anticorpos específicos contra o vírus da dengue no sangue.

O exame pode ser realizado em qualquer momento após a infecção, mas o ideal é esperar pelo menos 7 dias após o início dos sintomas para que os anticorpos sejam detectáveis.

Nos casos de dengue assintomática, o ideal é esperar pelo menos 10 dias após a data em que o indivíduo acredita ter se infectado para realizar o teste, que pode ser feito em laboratórios públicos e privados no Brasil.

2. Sinais de alerta:

Mesmo na forma assintomática, a dengue pode causar alterações discretas no hemograma, como:

  • Leve queda de plaquetas (plaquetopenia)
  • Discreto aumento do hematócrito (concentração de glóbulos vermelhos no sangue)
  • Leve alteração nas transaminases (enzimas do fígado)

Se o paciente apresentar algum dos sinais de alerta acima, mesmo sem outros sintomas associados, é importante realizar o teste de sorologia para dengue.

3. Histórico de exposição:

Se a pessoa reside ou esteve em área com risco de transmissão de dengue, é importante considerar a possibilidade de ter contraído a doença mesmo sem apresentar sintomas.

A exposição ao mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, aumenta a chance de ter contraído dengue assintomática.

O histórico de contato con pessoas que contraíram dengue pode ser um indicativo, mas não é um diagnóstico definitivo

4. Monitoramento e acompanhamento médico:

Se você acredita ter tido dengue assintomática, é importante monitorar sua saúde e consultar um médico para avaliação e acompanhamento.

Segundo o Ministério da Saúde, é possível que alguém desenvolva dengue assintomática e depois apresente sintomas, com riscos à saúde.

O médico poderá solicitar exames complementares para verificar se houve alguma alteração no hemograma ou outras complicações da doença.

5. Prevenção:

A melhor forma de prevenir a dengue, inclusive a forma assintomática, é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

De acordo com o Min. da Saúde, os principais medidas de prevenção são:

  • Eliminar os criadouros do mosquito, como água parada em vasos de plantas, pneus velhos, calhas e lajes.
  • Usar repelentes e roupas que protejam o corpo do mosquito.
  • Instalar telas de proteção nas janelas e portas.

É importante ressaltar que a vacinação não substitui as medidas de controle do vetor e de proteção individual.

Importante!

Fatores de risco para dengue grave, mesmo que assintomática:

  • Idade avançada
  • Doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas
  • Obesidade
  • Gravidez
  • Infecção secundária (já ter sido infectado pelo vírus anteriormente)

De acordo com o Min. da Saúde, os sintomas da dengue, geralmente, são:

  • dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua;
  • vômitos persistentes;
  • acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
  • hipotensão postural e/ou lipotímia;
  • letargia e/ou irritabilidade;
  • aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia) > 2cm;
  • sangramento de mucosa; e
  • aumento progressivo do hematócrito.

Fonte: Itatiaia

Redação


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