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Cura do câncer de mama? Pesquisa da UFMG desenvolve molécula que pode revolucionar tratamento

Redação7 de maio de 20244min0
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Estudo descobriu que partículas de microRNA estão associadas com o quadro de câncer de mama e desenvolveram molécula inibidora da partícula

Pesquisadores do Instituto de Imunoparasitologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) encontraram uma molécula que tem relação com a piora dos quadros clínicos de pacientes com câncer de mama, o microRNA. O estudo também desenvolveu outra molécula capaz inibir ação do microRNA prejudicial para o sistema imunológico dos pacientes.

Em entrevista à Itatiaia, Caroline Leonel, responsável pela pesquisa junto com a bioquímica Mariana Sousa Vieira, explicou que os estudos se iniciaram a partir da comparação entre amostras de sangue de pacientes com câncer de mama e de indivíduos saudáveis. “Nosso objetivo era encontrar moléculas que o câncer libera no sangue e que causam diminuição dos nossos mecanismos de defesa antitumorais. Comparando indivíduos saudáveis e pacientes com câncer, encontramos um microRNA muito presente nas pacientes, mas praticamente ausente nos indivíduos saudáveis e decidimos investigar a função desse microRNA”, explicou.

Dessa forma, foi possível reconhecer a molécula prejudicial ao sistema de defesa antitumoral, ou seja, que impede o organismo de combater câncer. As pesquisadoras viram que ao bloquear a ação do microRNA as células dendríticas voltavam a funcionar. Essas partículas são muito importantes para no combate a tumores já que conseguem organizar outras células para defender o organismo.

Desenvolvimento de uma molécula inibidora

A partir dessas análises, as pesquisadoras conseguiram produzir uma molécula inibidora do microRNA, o miR-181b. “Ela consiste em uma sequência também de RNA, mas completamente oposta ao microRNA alvo. Isso permite que o inibidor se ligue no microRNA e bloqueie sua função”, pontua. A molécula inibidora já havia sido aplicada em camundongos em outros estudos, no entanto, a testagem feita pela pesquisa do ICB, adaptou o miR-181b para poder ser testado em células humanas in vitro, ou seja, em tubos de ensaio. Até o momento a pesquisa não realizou testagem em humanos.

Esse processo era de extrema complexidade porque as moléculas de RNA são muito instáveis – o que dificultava o transporte das as micro-moléculas de RNA para as células humanas. Dessa forma, as pesquisadoras contaram com o professor Pedro Guimarães, do departamento de Fisiologia da UFMG, para produzirem a formulação final do miRNA encapsulado em uma nano-partícula lipídica.

A produção do inibidor é cara? É possível produzi-lo em grande escala no Brasil?

Caroline informou que a produção de vacinas RNA foram cruciais para avançar no conhecimento e na tecnologia para obtenção dessas moléculas. “Hoje é possível obter essas moléculas com menor custo e segurança. Atualmente, o CTvacinas tem criado instalações que permitirão a produção desses tipos de composto aqui no Brasil. Isso será crucial para a crescimento da pesquisa biomédica no Brasil”, afirmou a pesquisadora.

Se tudo der certo, qual seria a forma de tratamento com os inibidores de microRNA?

A pesquisadora informou que o tratamento seria feito por via venosa, com a injeção do inibidor encapsulado em nanopartículas.

Fonte: Itatiaia

Redação


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