Sentindo falta do morango? Safra está atrasada, mas vem com qualidade, garantem os produtores
Condições climáticas adversas estão atrasando a safra do morango. Na região de Pouso de Alegre, no Sul de Minas, um grande polo produtor da fruta, o início da colheita que, geralmente, se inicia em abril, só agora está começando.
Com isso e a grande procura dos consumidores, houve uma elevação nos preços nos últimos meses. A boa notícia, de acordo com técnicos da Emater, é que os frutos estão vindo com muita qualidade. A Empresa de Assistência Técnica estima que a produção anual será de aproximadamente 173 mil toneladas da fruta somente em Pouso Alegre e municípios vizinhos.
A produtividade média na região esse ano deve ser de 51,3 mil quilos por hectare, num total de 3.381 hectares de área plantada. Os maiores municípios produtores do Sul de Minas são Pouso Alegre (40 mil toneladas), Espírito Santo do Dourado (39,65 toneladas), Bom Repouso (29 mil toneladas), Estiva (19,2 mil toneladas) e Senador Amaral (16,5 mil toneladas). “Este ano, tivemos um início de outono muito quente e com pouca chuva. Isso atrasou a florada, mas em compensação não tivemos nenhum problema sanitário. O pessoal está animado, porque, apesar do atraso, a nova safra veio com boa quantidade e qualidade”, comenta o coordenador regional de Culturas da Emater-MG, Hélio João de Farias.
Mais de 9 mil agricultores estão envolvidos na atividade
Noventa e sete por cento da produção de morangos no Sul de Minas é proveniente da agricultura familiar, sendo cerca de 9.500 agricultores familiares envolvidos na atividade na região de Pouso Alegre. “A rentabilidade é boa, mas é uma cultura que demanda muita mão-de-obra. Atualmente, o pessoal tem investido muito no plantio suspenso porque é mais ergonômico, o produtor não tem de trabalhar agachado. Além disso, ocupa uma área menor, o manejo de doenças é facilitado e aumenta a longevidade dos substratos”, argumenta Hélio.
O coordenador ressalta que plantar morango no chão é mais barato, mas também mais trabalhoso. Como a mão-de-obra está ficando escassa na região, os produtores têm investido bastante em novas tecnologias. “O pessoal tem buscado fazer financiamentos via Pronaf ou outros empréstimos bancários para bancar os investimentos. Apesar do custo inicial, vale a pena pois é um investimento que se dilui a longo prazo e facilita muito a vida do produtor”, diz.
Com nova safra, expectativa é de que os preços se retraiam um pouco
Devido à baixa oferta do produto nos últimos meses, a caixa com um quilo de morangos (com 4 bandejinhas) chegou a ser comercializada entre R$30 e R$35. “Com a entrada da nova safra, os preços devem reduzir um pouco. A expectativa é que o quilo do produto oscile em torno de R$ 25 a R$30”, opina Hélio.
Ano passado, situação se repetiu
Em 2023, também houve uma forte elevação nos preços do morango, segundo dados da Ceasa Minas. A média anual obteve crescimento de 29% em relação à média de preços praticada em 2022. Parte da alta se deu em função do aumento dos custos com mão de obra, insumos e mudas, o que motivou alguns produtores a reduzirem a área destinada à cultura, reduzindo a oferta.
Exportações do produto aumentaram
Os produtores mineiros também vêm ampliando a exportação de morango que, no ano passado, teve um incremento de 196%. De acordo com o “Balanço do Agronegócio de Minas Gerais em 2023, divulgado no final de abril pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), com as movimentações nos mercados interno e externo, a cultura atingiu a cifra de 949,4 milhões, em 2022. De acordo com o estudo, o sul de Minas responde por cerca de 90% da produção estadual de morangos no estado, e a região de Pouso Alegre, é responsável por 87,5% da safra mineira.
(*) Com informações da Emater-MG
Fonte: Itatiaia