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Organização Meteorológica Mundial afirma que 2024 será ‘o ano mais quente da história’ da humanidade

Redação28 de agosto de 20248min0
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Especialista Ruibran dos Reis confirma informação do órgão internacional. Temperatura está 1,18 graus acima da média registrada entre os anos de 1970 a 2000; chuvas diminuíram e temporais estão mais frequentes

A informação é alarmante. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), 2024 será o ano mais quente da história da humanidade. O alerta é feito pelo renomado consultor, professor, meteorologista, mestre e doutor Ruibran dos Reis, que há 44 anos estuda e pesquisa os fenômenos meteorológicos do país.

Ele explicou que 2023 já havia entrado para a história como o ano mais quente dos últimos 174 anos. Mas avisa que esse ano vai bater o recorde. O motivo não é novidade para ninguém: o aumento da poluição que multiplica os gases de efeito estufa que, por sua vez, provocam aumento da temperatura global.

Embora muita gente ainda duvide das consequências da falta de cuidado dos homens com o planeta, o pesquisador lembrou que a descoberta de que o aumento de gases como o metano e o dióxido de carbono têm reflexos no aumento da temperatura é antiga: de 1901. “De lá pra cá, as coisas só pioraram. Um gráfico elaborado pelo Centro Europeu de Meteorologia, que reúne representantes de países como França, Inglaterra e Alemanha, mostra que em 2024, até agora, só tivemos quatro dias em que a temperatura ficou abaixo do observado no ano passado. “De 1970 a 2000, a temperatura média era de 15,97 graus. Hoje, está acima 1,18 graus, consolidando um índice médio de 16,9 graus”.

Em Minas, a situação é ainda mais grave. Segundo Ruibran, essas observações da temperatura começaram em 1910 e, hoje, pode-se afirmar que esteja cerca de 2 a 2,5 graus acima da média. No ano passado, em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, os termômetros bateram 44,8 graus no dia 19 de novembro. Foi a maior temperatura registrada no Brasil em toda sua história. A capital mineira também bateu o próprio recorde, no ano passado, com 38,5 graus.

Estiagens prolongadas são cada vez mais frequentes

Ruibran relata ainda que, desde 2013, as secas em Minas têm sido mais severas.

“Estamos vivendo estiagens mais intensas. As piores aconteceram em 2014, 2015 e 2016. No ano passado, também tivemos um longuíssimo período de estiagem e agora não chove em Minas desde 18 de abril. Estamos há 131 dias sem chuva. Ruibran explicou que ´’uma coisa acaba levando à outra´. “Com o aquecimento do planeta, a água leva mais tempo pra evaporar, demorando mais pra virar chuva. Com isso, o solo fica mais seco, as plantas murcham e quando as águas, finalmente, descem elas vêm na forma de temporais que lavam o solo e arrastam as sujeiras para dentro dos rios”.

Chuvas mansas estão desaparecendo

Segundo o pesquisador, outro fenômeno preocupante é que aquela chuva mansa que nos acostumamos a ver durante vários dias seguidos, tão importante para infiltrar no subsolo e abastecer nossas reservas, não tem acontecido mais. “Em 2023, não tivemos um dia inteiro chovendo… Isso nunca tinha acontecido e é preocupa. As chuvas suaves e demoradas estão acabando e dando lugar aos temporais”, alertou.

El Niño não pode ser desconsiderado

Outro complicador é o El Niño que tem se intensificado nos últimos anos. De acordo com Ruibran, em 2015 e 2016, tivemos um dos El Niños mais fortes da história. No ano passado ele também veio forte, com uma seca prolongada, o bloqueio de frentes frias e a facilitação de chuva em excesso no sul do país.

O que mais impacta no clima?

A pior coisa para o clima, segundo Ruibran, é a emissão dos gases lançados pelos combustíveis fósseis que abastecem nossa gigantesca frota de carros. “Precisávamos ter um sistema de transporte coletivo mais eficiente. Acho um absurdo em 2024, não termos um trem-bala e mesmo o metrô ser tão restrito. Há cidades na Espanha em que você entrega o carro para a prefeitura e eles o destroem na sua frente e te dão um vaucher pra usar o sistema de transporte para o resto da vida. É uma burrice do ser humano emitir tantos gases de efeito estufa.

“Quem tem carro, deveria usar apenas etanol”

O especialista explica que a cana captura o dióxido de carbono da atmosfera. “É claro que, quando você usa no carro, inevitavelmente emite os gases, mas mantém o ciclo porque com o aumento do consumo, novas lavouras serão plantadas. Quanto mais áreas disponíveis para a plantação de cana, mais dióxido de carbono será neutralizado. Todos deveriam usar Etanol”. O tempo de vida do dióxido de carbono é da ordem de 100 a 150 anos. Isso significa que o que jogamos, hoje, na atmosfera, vai permanecer por todo esse tempo aqui”.

Especialista faz alerta aos produtores rurais

As queimadas em São Paulo e parte de Minas, segundo ele, deram um prejuízo de R$ 1 bilhão. A chuva fina que caiu no final de semana em São Paulo acabou com os inúmeros focos nunca antes vistos no país. A partir desta quinta-feira (29), a previsão é de uma nova onda de calor por causa da chegada da La Niña. Segundo ele, em Minas, não há previsão de chuvas para as próximas duas semanas e faz um alerta para os produtores rurais:

“O risco de surgirem novos focos de incêndio devido ao mato estar muito seco é enorme. Os agricultores devem tomar muito cuidado com pontas de cigarro e latinhas que esquentam e podem gerar faíscas. Se aparecer um foguinho pequeno que seja, apague imediatamente. O cenário está favorável aos incêndios. As duas próximas semanas serão de alerta máximo, terríveis”.

Fonte: Itatiaia

Redação


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