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Setor da saúde cresce acima da economia e é responsável por quase 5 milhões de empregos formais

Redação4 de setembro de 20244min0
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No último trimestre, o país alcançou alta de 1,5% no período; entenda os fatores que levam ao aquecimento deste mercado

O segmento da saúde anda aquecido no Brasil e é responsável por quase 5 milhões de empregos formais atualmente. No último trimestre, encerrado em junho deste ano, o país alcançou a marca de 4 milhões e 997 mil empregos, representando uma alta de 1,5% no período. A média é superior ao índice registrado na economia, que é de 1,2%. Os dados são do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e levam em conta os setores público, privado e empregos diretos e indiretos – como empregos em hospitais, indústria farmacêutica, operadores de planos de saúde e funcionários públicos.

De acordo com José Cechin, superintendente executivo do IESS, o “efeito pós-pandemia” é um dos fatores que mantém o setor aquecido. “O segmento da saúde, obviamente, foi muito demandado durante a crise. Após a pandemia, percebemos que a preocupação com a saúde se manteve em alta. Sintomas que antes poderiam ser negligenciados, hoje já são motivos para marcar uma consulta e buscar tratamento, por exemplo”, analisa.

Além disso, o crescente envelhecimento da população é outro fator que aumenta a demanda e, consequentemente, reflete na criação de empregos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de idosos brasileiros mais do que duplicou entre 2000 e 2023. Em pouco mais de duas décadas, a população brasileira com 60 anos ou mais passou de 15,2 milhões para 33 milhões de pessoas.

Segundo uma projeção do IBGE, o país pode ter 75,3 milhões de pessoas idosas em 2070. “Com o avanço da idade, as pessoas ficam mais propensas ao aparecimento de doenças crônicas, como hipertensão, artrite e problemas respiratórios. Assim, a busca por serviços como diagnóstico e tratamentos também acaba aumentando”, aponta Cechin.

Um terceiro fator que ainda entra nessa conta é o ganho de peso da população. De acordo com dados apresentados no Congresso Internacional sobre Obesidade 2024, atualmente 56% dos adultos brasileiros têm obesidade ou sobrepeso (34% com obesidade e 22% com sobrepeso). A estimativa é que, em 20 anos, 48% dos adultos brasileiros estarão obesos.

“A obesidade é uma doença, mas muitas pessoas acabam não enxergando isso. A longo prazo, ela pode ser um fator de risco para problemas nas articulações, pressão alta e vários tipos de câncer. Em vez de tratar a obesidade em si, muitas pessoas se limitam a tratar os problemas relacionados a ela, o que acaba aumentando a demanda por serviços de saúde.”

Nesse contexto, Cechin avalia como “muito positivo” que o setor da saúde gere emprego e renda, mas também sinaliza que isso pode ser um “sintoma da piora da saúde” da população. “Quando é algo preventivo, tudo bem. Mas, muitas vezes, as pessoas buscam o sistema de saúde para tratar doenças, comprometendo parte de suas rendas”, diz.

Sudeste lidera ranking

O levantamento também aponta que o maior crescimento no trimestre ocorreu no Nordeste (15,8%), seguido por Sudeste (9,8%) e Centro-Oeste (3,2%). Ainda assim, de forma geral, é o Sudeste que concentra o maior número de empregos formais no país: 50%. “O estado tem uma grande concentração de riquezas e de hospitais de grande porte, que atendem pessoas do Brasil inteiro. Além disso, grandes indústrias farmacêuticas estão concentradas na região, o que explica o grande número de empregos formais”, afirma.

Fonte: O Tempo

Redação


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