Recuperação das rodovias de Minas Gerais custaria R$ 15,87 bilhões
Para recuperar as rodovias de Minas Gerais é preciso investir, ao todo, R$ 15,87 bilhões, conforme estimativa da Pesquisa CNT de Rodovias 2024, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).
A projeção inclui a necessidade de aportes de R$ 12,1 bilhões em ações emergenciais – R$ 533,7 milhões destinados à reconstrução das estradas e R$ 11,6 bilhões para restauração – e de R$ 3,7 bilhões em manutenção.
A entidade analisou 15.589 quilômetros da malha rodoviária mineira na 27ª edição do estudo. Os resultados mostraram que as vias estão em situação preocupante.
De acordo com o levantamento, as condições gerais de 76,5% da extensão avaliada são regulares (40,1%), ruins (28,6%) ou péssimas (7,8%). Sobre o pavimento, 1% está totalmente destruído.
Quanto à sinalização, 4,5% não têm faixa central e 13,1% faixas laterais. Em relação ao traçado (geometria), as pistas simples predominam em 88,2%, falta acostamento em 41,4% e 28,8 % das curvas perigosas não estão sinalizadas.
A pesquisa identificou 338 pontos críticos nas estradas do Estado, como quedas de barreiras, pontes e erosões na pista, grandes buracos, pontes estreitas, entre outros.
Os pontos críticos são situações incomuns ao longo da via, que podem representar riscos à segurança dos usuários, além de acarretar custos operacionais adicionais, como danos graves aos veículos, aumento do tempo de viagem e/ou maior consumo de combustível.
Segundo a CNT, as condições do pavimento no Estado geram uma alta de custo operacional do transporte de 37,4%, refletindo na competitividade do Brasil e no preço dos produtos. Em razão da má qualidade das rodovias, estima-se que haverá um consumo desnecessário de 187,3 milhões de litros de diesel em 2024, custando R$ 1,08 bilhão aos transportadores.
O estudo da entidade também calculou o prejuízo gerado pelos acidentes ocorridos na malha rodoviária de Minas Gerais no ano passado, que foi de R$ 1,94 bilhão.
Propostas de solução da CNT para avanço da malha rodoviária
A nova edição da Pesquisa CNT de Rodovias 2024 aponta algumas propostas de solução para que a malha rodoviária do Brasil inteiro possa ter uma qualidade maior.
A Confederação destaca que o transporte de cargas no País é realizado, predominantemente, pelo modo rodoviário – em torno 65,0% do total de cargas transportadas. E a modalidade também predomina no transporte de passageiros – cerca de 90% da movimentação. Dessa forma, rodovias com alta qualidade são essenciais para que as pessoas e as mercadorias possam ser transportadas de forma eficiente, segura e com custos reduzidos.
Neste sentido, a entidade diz que é necessário haver a ampliação do investimento público. Sendo assim, defende, por exemplo, a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 1/2021 (PEC da Infraestrutura), como uma das formas de se ampliar os recursos.
Também indica a necessidade de continuidade das concessões rodoviárias. Logo, sugere a promoção de programa de parcerias público-privadas (PPPs) patrocinadas para a manutenção de estradas, diminuindo, dessa forma, a pressão sobre o orçamento.
Além disso, a CNT afirma que o Projeto de Lei nº 11.057/2018, que veda o contingenciamento de recursos do Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset), precisa ser aprovado.
“A utilização plena dos recursos do fundo tem o potencial de promover a segurança nas rodovias, por meio do fortalecimento da fiscalização e do aprimoramento da sinalização rodoviária, especialmente em localidades com o maior número de acidentes”, reitera a CNT.
Fonte: Diário do Comércio