Minas será o primeiro estado a contemplar 60 doenças no teste do pezinho
O governador Romeu Zema (Novo) anunciou na manhã desta segunda-feira (9/12) que Minas Gerais será o primeiro estado brasileiro a cobrir todos os grupos e doenças previstos no Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), mais conhecido como teste do pezinho.
“É um orgulho para nós, mineiros, essa conquista tão significativa, que terá a longo prazo um impacto muito grande. Daqui a 10 anos poderemos dizer que evitamos que milhares de crianças tenham falecido devido a alguma doença rara e que milhares de outras crianças não tenham sequelas devido ao pronto tratamento. É algo que vem para mudar por completo a saúde do estado”, afirmou Zema durante o anúncio feito na Cidade Administrativa.
O exame é fundamental para identificar doenças raras de naturezas metabólicas, genéticas e infecciosas nos primeiros dias de vida dos bebês. O diagnóstico precoce dessas doenças amplia as opções de tratamentos ou terapias possíveis, a fim de amenizar os sintomas e proporcionar mais qualidade de vida aos pacientes e às famílias.
Zema também divulgou o investimento anual de R$ 64,2 milhões para custeio de exames de triagem, exames complementares, diagnósticos e tratamento do total de doenças que serão detectadas pelo teste do pezinho.
A previsão é de que ainda no primeiro semestre de 2025, o teste do pezinho em Minas Gerais passará a contemplar 60 doenças triadas pelo Programa de Triagem Neonatal (PTN-MG). A iniciativa é gerida pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e coordenada tecnicamente pelo Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG (Nupad), que analisa cerca de mil amostras diariamente.
O presidente do Nupad, José Nélio Januário, declarou que aguarda o resultado das importações de máquinas para o diagnóstico de doenças mais complexas. A previsão é de que até abril de 2025 o núcleo já esteja apto para realizar a triagem de todas as doenças previstas.
Caso o resultado apresente alteração, são feitos exames complementares e, caso o resultado para alguma das doenças seja confirmado, o paciente é encaminhado imediatamente para o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O teste do pezinho é realizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos 853 municípios de Minas Gerais.
Ampliação do atendimento
Atualmente, Minas Gerais conta com quatro unidades de referência para atendimento a síndromes raras: Hospital Júlia Kubitschek, Hospital Infantil João Paulo II, Hospital e Hospital das Clínicas da UFMG (HC-UFMG), em Belo Horizonte, e o Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), na Zona da Mata.
Com a expansão da triagem de doenças raras através do teste do pezinho, também está prevista a ampliação da rede de centros especializados. Entretanto, os detalhes não foram repassados na coletiva.
Segundo o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, o foco principal no momento é o acolhimento e o acompanhamento da atenção primária. “Com o aporte dos centros de referência vamos conseguir levar este cuidado para mais perto das pessoas”, afirma.
Também haverá investimento na capacitação dos profissionais e na aquisição de alimentação específica para pacientes com limitações alimentares causadas por síndromes raras.
“O recurso para a ampliação da rede será de pouco mais de R$30 milhões. Mas a expectativa da linha de cuidado ultrapassa os R$130 milhões. A partir de agora, nós temos que dar a nutrição para aqueles afetados doenças que precisam de alimentação especial, então o impacto será de R$130 milhões por ano”, explica Baccheretti.
Balanço da saúde
Durante a coletiva, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) também divulgou o “Balanço da Saúde 2024”. Entre os destaques estão a Atenção Primária à Saúde, o programa “Vacina mais, Minas” e o “Opera Mais, Minas”.
Segundo Baccheretti, Minas Gerais alcançou o recorde histórico de 665 cidades com 100% do território coberto pelas equipes da Atenção Primária à Saúde. A expectativa é de que até 2026 todos os 853 municípios estejam cobertos.
O governo de Minas repassou R$ 904 milhões para qualificar a estrutura física da Atenção Primária desde 2021. A verba inclui repasse de recursos para manutenção de Unidades Básicas de Saúde (UBS), retomada de obras paralisadas e construção de novas unidades.
“Eu herdei um cemitério de obras inacabadas, depredadas e vandalizadas, e vou entregar para o meu sucessor um canteiro de obras em andamento, com recurso depositado. Os hospitais regionais provavelmente eu vou construir, mas as grandes obras os meus sucessores que irão concluir”, afirmou Zema.
Já a política do “Opera Mais, Minas”, que repassa recursos para incentivar a realização dos procedimentos eletivos, realizou 708.744 procedimentos de janeiro a setembro deste ano. A expectativa é de que até dezembro de 2024, este número chegue a 1 milhão. Para operacionalizar o Opera Mais, Minas, o Estado investiu R$ 313 milhões dos R$ 421 milhões previstos.
Fonte: Estado de Minas