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Tomar banho todos os dias pode ser nocivo à saúde quando há exagero

Redação20 de janeiro de 20258min0
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Especialistas dão dicas de higienização do corpo e apontam que o básico, muitas vezes, é suficiente

Se você cresceu na década de 1990, certamente vai ler cantarolando os versos a seguir: “Tchau preguiça/ Tchau sujeira/ Adeus cheirinho de suor/ Oh… / Lava, lava, lava/ Lava, lava, lava”. Quem sabe consiga até completar mentalmente – ou a viva voz – com os trechos seguintes dessa popular música educativa, composição de Helio Zinskind, que, em um quadro do televisivo Castelo Rá-Tim-Bum, protagonizado por um ratinho azul de massinha, ensinou um sem-número de crianças sobre a importância do banho e da higiene pessoal.

Para as crianças, afinal, o banho nem sempre parece uma tarefa prazerosa. Daí que o fato de ter uma música que ajuda a convencê-las que uma boa ducha pode também ser divertida é para lá de bem-vindo. Já os adultos, por outro lado, podem não ter um “tutorial” tão didático e, talvez, embora a higiene completa seja um hábito diário entre os brasileiros, possam não executar tão bem assim essa tarefa, pecando ora pela negligência, ora pelo excesso. O alerta é do médico dermatologista Lucas Miranda, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

“No Brasil, o banho diário é um hábito cultural amplamente difundido, mas, em muitos casos, algumas áreas do corpo são negligenciadas durante a higiene”, sinaliza. Entre as regiões que carecem de mais atenção, ele lista o umbigo, entre os dedos dos pés, atrás das orelhas e o couro cabeludo. “O umbigo, por exemplo, pode acumular sujeira e microrganismos, sendo necessário limpá-lo delicadamente com água e sabão. E, no caso dos pés, lavar entre os dedos é essencial para evitar micoses e outros problemas”, adverte.

Para pessoas com dificuldades de mobilidade, como idosos, algumas estratégias podem ser adotadas para que o exercício de agachar durante o banho para executar a limpeza dos pés não se torne perigoso. Miranda sugere, por exemplo, o uso de bancos de plástico, para que essa higienização possa ser realizada sentado, sem a necessidade de se agachar ou de se inclinar demais.

Outra região que demanda atenção especial são os ouvidos, merecendo alerta duplo, um valendo para a parte interna e outro para a parte externa do órgão. “O uso de hastes flexíveis (popularmente chamados de cotonetes) para limpar o canal auditivo é contraindicado. Esse método pode empurrar o cerume para dentro do canal ou causar traumas. A limpeza deve ser restrita à parte externa do ouvido”, sugere o especialista, complementando que a região atrás das orelhas não deve ser higienizada apenas com uso dos cotonetes: “Essa região deve ser higienizada diariamente com água e sabão, devido ao acúmulo de oleosidade e resíduos”.

Orgulhosos exageros

A dermatologista Gisele Viana, cooperada da Unimed-BH e titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, por outro lado, cita que, no Brasil, costumamos pecar pelo excesso, exagerando nos cuidados, o que pode levar ao ressecamento da pele.

“Antigamente nossos antepassados tinham uma rotina que cursava com mais sujidades. Vejamos, por exemplo, o caso das carvoarias, em que a pessoa chegava em casa suja de carvão. Isso levou ao hábito de usar telhas para auxiliar na remoção das sujidades. Imagina usar uma telha para limpar a pele? Na verdade, o efeito desse hábito era um ressecamento extremo”, examina, trazendo esse contexto histórico para apontar para outros hábitos, ainda que menos radicais, que seguem sendo reproduzidos, mesmo sem trazer benefícios.

“Hoje, muitos usam buchas, que também não são indicadas na rotina! A não ser para limpar um pezinho sujo de uma criança…”, aponta, reforçando que o banho deve ser rápido, com uso de sabonete suave no corpo. Na face, ela sugere o uso de syndet, um produto de limpeza suave, sem sabão, que remove sujeira, óleo e impurezas da pele. Outra dica é sempre hidratar a pele após sair do banho.

Lucas Miranda concorda. Ele também contraindica o hábito, muitas vezes exaltado, de tomar vários banhos ao dia. “É algo que pode ser prejudicial, especialmente quando associado ao uso excessivo de sabonetes ou de água quente”, indica, apontando que o excesso de banhos compromete a barreira lipídica natural da pele, levando a problemas como o ressecamento, irritações e maior predisposição a dermatites. “Equilíbrio é fundamental”, crava.

E o equilíbrio está mais para o básico. “O ideal é um banho diário para a maioria das pessoas”, comenta. “Em dias muito quentes ou após atividades que geram suor excessivo, um segundo banho pode ser realizado, desde que seja breve e sem exageros no uso de sabonete”, complementa.

Miranda complementa que, quando for necessário tomar mais de um banho ao dia, a recomendação é limitar o uso de sabonete a áreas específicas, como axilas, pés e região íntima, evitando esfregar a pele com bucha. “Elas devem ser usadas apenas ocasionalmente, no máximo uma ou duas vezes por semana, e apenas em áreas de pele mais espessa, como pés e cotovelos, para evitar lesões e irritações”, sublinha.

Gisele completa que, a depender da rotina de cada um, esse número de banhos ao dia pode variar. Alguns podem sentir necessidade de tomar banho após voltar da rotina de estudos ou de trabalho por conta da oleosidade da pele. Já após sudorese excessiva, como depois da prática de esportes, o banho é essencial. À noite, pode ajudar a relaxar e, de manhã, auxilia na redução dos polifenois da sudorese durante a noite, reduzindo os odores axilares. Mas, claro, essas rotinas podem ser combinadas, reduzindo a quantidade de chuveiradas e esfregação.

Os dois especialistas acrescentam que banhos longos tampouco são indicados. Afinal, para que a higiene ser efetiva, 5 minutos bastam, enquanto 10 minutos são mais do que suficientes. Qualquer coisa além disso, na maioria dos casos, é exagero. Sobre a temperatura da água, do ponto de vista dermatológico, a sugestão é esquecer o modo “inverno” do chuveiro: “O ideal é água em temperatura morna ou fria, pois a água quente intensifica o ressecamento cutâneo”.

Fonte: O Tempo

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