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Musculação ajuda cérebro de idosos contra Alzheimer, aponta estudo

Redação17 de março de 20257min0
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A pesquisa da Universidade Estadual de Campinas envolveu 44 pessoas com comprometimento cognitivo leve

A musculação oferece vários benefícios, como ganho de massa muscular, diminuição de gordura corporal e contribuição para a saúde mental. Além disso, o exercício de força também protege o cérebro de idosos contra demências. A descoberta é de um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A pesquisa envolveu 44 pessoas com comprometimento cognitivo leve – condição clínica intermediária entre o envelhecimento normal e a doença de Alzheimer. Os resultados revelam que o treino de força melhora o desempenho da memória e também de consegue alterar a anatomia cerebral. O estudo foi divulgado na revista GeroScience.

Após 24 semanas, cerca de seis meses, os participantes do estudo que realizavam musculação duas vezes por semana, apresentaram proteção contra atrofia no hipocampo e pré-cúneo – áreas cerebrais associadas à doença de Alzheimer – além de melhoras nos parâmetros que refletem a saúde dos neurônios.

‘Primeiramente, há um aumento do fluxo sanguíneo cerebral, proporcionando melhor oxigenação e nutrição dos neurônios. Além disso, a atividade muscular estimula a produção de fatores neurotróficos, como o BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro), que favorece novas conexões neurais, melhora a plasticidade cerebral. Outras substâncias produzidas reduzem processos inflamatórios sistêmicos que estão associados ao envelhecimento cerebral e à neurodegeneração. O fortalecimento muscular também contribui para a autonomia do idoso, reduzindo o risco de quedas’ explica médico neurocirurgião mineiro, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Felipe Mendes.

Prevenção contra Alzheimer

Segundo o neurocirurgião os resultados do estudo comprovam que a musculação protege o cérebro contra demência e Alzheimer, com um papel neuroprotetor.

Também é possível afirmar que é uma medida de prevenção da demência, já que atua na manutenção da função cognitiva e na integridade do sistema nervoso central. ‘Além disso, sendo um método acessível e não farmacológico, pode ser implementado como estratégia de saúde pública para reduzir a incidência de doenças neurodegenerativas na população idosa’, afirma o neurocirurgião à Itatiaia.

O estudo sugere que a musculação pode beneficiar indivíduos com comprometimento cognitivo leve, condição pré-clínica do Alzheimer, podendo retardar ou até reverter seu avanço em alguns casos.

‘No entanto, para pacientes com Alzheimer estabelecido, embora a atividade física possa melhorar aspectos como mobilidade, humor e qualidade de vida, ainda não há evidências de que seja capaz de reverter ou interromper a progressão da doença‘, ressalta o médico.

Melhora na anatomia cerebral

O estudo comprovou também melhora na anatomia cerebral. Segundo o neurocirurgião Felipe Mendes, a melhora refere-se a alterações estruturais positivas no cérebro detectadas por exames de neuroimagem como a ressonância magnética.

‘No estudo, observou-se proteção contra a atrofia do hipocampo e do pré-cúneo, além da preservação da integridade da substância branca. Tudo isso indica menor degeneração neuronal e melhores condições para a comunicação entre diferentes regiões cerebrais, o que está diretamente relacionado à preservação da função cognitiva’, explica.

Cuidados com a prática

Segundo a médica geriatra mineira da Saúde no Lar, Simone de Paula, a musculação é altamente recomendada para idosos, porque contribui para a manutenção da força muscular, equilíbrio e independência funcional. Além disso, auxilia na prevenção de doenças crônicas, como osteoporose e sarcopenia – acelerada perda de massa e força muscular -, e reduz o risco de quedas.

No entanto, há contraindicações para a prática. ‘Algumas condições exigem precaução, como doenças cardiovasculares graves (insuficiência cardíaca descompensada, arritmias instáveis), hipertensão arterial não controlada, doenças osteoarticulares avançadas (artrose severa, osteoporose grave) e condições neurológicas instáveis (Parkinson avançado, AVC recente). Nestes casos somente o médico que acompanha o paciente pode liberar a realização da musculação e, se necessário, restringir alguns exercícios/peso’, ressalta a geriatra à Itatiaia.

Para a prática segura da musculação dos idosos são necessários alguns cuidados. Entre elas uma avaliação médica prévia para identificar possíveis limitações, além da supervisão de um profissional de educação física capacitado.

‘A progressão da carga deve ser gradual, respeitando a adaptação do idoso, e os exercícios precisam ser realizados com controle postural para evitar quedas e lesões. Também é fundamental monitorar a pressão arterial e observar sinais de fadiga durante a atividade’, explica.

Fonte: Itatiaia

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