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Mineiros estão consumindo menos arroz com feijão e mais alimentos industrializados

Redação29 de abril de 20256min0
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Apesar da alta na aquisição de produtos mais processados, é importante destacar que a base da alimentação de mineiros e brasileiros permanece estruturalmente saudável

O bom e velho arroz com feijão, que em 2002 correspondia a 16,5% das aquisições alimentares domiciliares per capita em Minas Gerais, caiu para 14,1% em 2008 e novamente sofreu redução para 10,8% em 2018. O cenário foi observado nos resultados das três últimas edições da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o coordenador estadual da pesquisa em Minas Gerais, Alexandre Veloso, o levantamento evidencia algumas mudanças na composição do prato dos mineiros, que passaram a consumir mais alimentos industrializados e ultraprocessados e menos cereais e leguminosas.

“Houve tanto o barateamento desse tipo de alimento quanto a facilidade de acesso, além da introdução cada vez mais ampla de produtos como macarrão instantâneo, sucos de caixinha e biscoito recheado na alimentação. A oferta maior e a queda no preço desse tipo de produto fizeram com que o nível de consumo da população em Minas Gerais fosse aumentando, em detrimento dos produtos que são nutricionalmente mais saudáveis”, avalia.

Em termos quantitativos em quilogramas, a queda na aquisição anual per capita de arroz e feijão no Estado é bastante expressiva, de 53% de 2002 para 2018. No País, os percentuais de aquisição de arroz e algum tipo de feijão eram, respectivamente, de 13,3%, 11,3% e 9,8%, nas três últimas edições da POF.

Por outro lado, a aquisição de itens congelados e refeições do grupo de Alimentos preparados e misturas industriais (ou seja, itens com maiores níveis de processamento) aumentou em 2018, tanto no Brasil quanto em Minas Gerais.

No Estado, a aquisição alimentar per capita anual de itens ultraprocessados era de 0,68 kg em 2008 e chegou a 1,54 kg no levantamento de 2018, o que corresponde a um crescimento de 128,3% em uma década. Já no Brasil, o crescimento da aquisição desses alimentos foi de 41,1% entre os dois últimos levantamentos da POF, passando de 0,75kg, em 2008, para 1,05kg por pessoa por ano em 2018.

Veloso explica que entraram no rol da pesquisa o consumo de alimentos congelados em geral, que podem ser massas, pizzas, dentre outros. “Tem também o macarrão instantâneo, que continua com um preço muito acessível, além da facilidade de preparo. O suco de caixinha também apresentou um aumento no consumo muito expressivo. São produtos dentro deste grande grupo das misturas e preparos, em detrimento do natural, que tiveram maior crescimento”, destaca.

Apesar da alta na aquisição de produtos ultraprocessados, a pesquisa demonstra que a base da alimentação de mineiros e brasileiros permanece estruturalmente saudável, concentrada em grupos de itens naturais ou menos processados.

Como estava dividida a alimentação em Minas no levantamento mais recente

  • Laticínios respondiam por 16,3% das aquisições alimentares domiciliares per capita anuais no Estado;
  • Cereais e leguminosas apareciam com 11,6% das aquisições;
  • Frutas, com 10,7%;
  • Hortaliças eram responsáveis por 10,3% das aquisições em quilogramas.

“As farinhas, massas e biscoitos, tiveram um aumento na demanda influenciados também pela redução dos preços destes itens. O consumo destes produtos foi puxado, principalmente, pelas camadas da população com menor condição financeira”, observa.

Em Minas Gerais, a amostra da POF está distribuída em 671 setores censitários de 265 municípios. Serão visitados 7.635 domicílios no Estado. Cada domicílio da amostra recebe visitas do agente de pesquisa do IBGE em um período de nove dias.

“Estamos com a pesquisa em campo que é a primeira pós-pandemia. É uma tendência muito clara que o aumento desses produtos processados continue, mas só vamos confirmar quando os resultados começarem a sair. Mas expectativa é que esse aumento, que aconteceu em cada uma das últimas edições, eleve ainda mais agora. Com a pandemia e todo o processo pandêmico de isolamento social que aconteceu, saberemos que tipo de influência houve no consumo de alimentos e, principalmente, no consumo das famílias em geral”, reforça o coordenador.

Foto: Diário do Comércio Arquivo Filó Alves

Fonte: Diário do Comércio

Redação


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