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Câncer de mama: especialistas defendem mamografia a partir dos 40 anos no SUS

Redação26 de maio de 20256min0
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Dados mostram que quase metade dos casos no Brasil acomete mulheres com menos de 50 anos; ampliação do rastreamento pode salvar vidas

câncer de mama é a principal causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil. Estima-se que, todos os anos, cerca de 74 mil novos casos sejam diagnosticados no país. A maior parte dessas pacientes depende do Sistema Único de Saúde (SUS), responsável por atender mais de 70% da população feminina brasileira, o que torna ainda mais urgente o fortalecimento do diagnóstico precoce.

Entre 2018 e 2023, mais de 71 mil mulheres com menos de 50 anos foram diagnosticadas com câncer de mama no Brasil, segundo levantamento do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), com base no Painel-Oncologia Brasil. Outros estudos reforçam o cenário: de 40% a 44% das mulheres com a doença têm menos de 50 anos.

“Observa-se um rejuvenescimento da doença. Dados mais atuais mostram que os diagnósticos na faixa etária de 30 a 49 anos correspondem a 30,5% do total. A idade jovem (pré-menopausa) está relacionada ao desenvolvimento de uma doença mais agressiva, o que reduz ainda mais as chances de cura, especialmente quando há atraso no diagnóstico”, explica Flávia Paes, oncologista clínica do Grupo Oncoclínicas BH e especialista em câncer de mama.

A partir desses dados, especialistas e entidades médicas defendem a ampliação do rastreamento mamográfico para mulheres a partir dos 40 anos, uma medida que pode alinhar as políticas públicas à realidade epidemiológica do país. Atualmente, o SUS oferece mamografias regulares apenas para mulheres entre 50 e 69 anos.

Para a oncologista, esse recorte etário traz impactos diretos na sobrevida das pacientes. “O déficit etário impacta consideravelmente os desfechos. Isso ocorre devido ao atraso ainda maior nos diagnósticos, ocasionando descobertas em estágios mais avançados. Muitas vezes, também estão relacionados a mutações hereditárias, como as de BRCA 1 e 2, o que torna o câncer ainda mais agressivo e de rápido crescimento”, alerta.

 

Diagnóstico precoce ainda é desigual

O acesso ao diagnóstico precoce segue marcado por desigualdades. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o SUS é responsável por quase metade da cobertura mamográfica nacional (49,5%). Ainda assim, a diferença entre os sistemas público e privado é evidente.

Na rede privada, 53% dos tumores são identificados por meio de mamografia em mulheres assintomáticas. Destes, 40,6% são descobertos ainda no estágio I da doença, quando as chances de cura são significativamente maiores. Já no SUS, apenas 23% dos casos são detectados por rastreamento, e só 18,5% são diagnosticados em estágio inicial.

Essa disparidade evidencia a importância de investir na ampliação da cobertura e na interiorização dos serviços, além de garantir equipamentos adequados e exames regulares. Para milhares de brasileiras, o tempo entre a suspeita, o diagnóstico e o início do tratamento pode fazer toda a diferença.

“É imperativo que o Ministério da Saúde reveja suas recomendações quanto à idade mínima para início do rastreamento do câncer de mama no Brasil. O diagnóstico precoce pode salvar muitas vidas e famílias, além de reduzir os custos de tratamento com a doença em estágio avançado. Isso se torna, inclusive, uma questão de custo-efetividade, que precisa ser analisada”, reforça Flávia Paes.

Inclusive, um exemplo positivo veio do setor privado. A partir da consulta pública nº 144, promovida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foi revisada a diretriz de qualidade em cuidado oncológico.

Com participação ativa de sociedades médicas e especialistas, o processo resultou na inclusão da mamografia para mulheres entre 40 e 74 anos, mediante indicação médica, como critério de qualidade assistencial nos planos de saúde. Também foram incorporadas diretrizes importantes, como o rastreamento individualizado para mulheres com risco aumentado, independentemente da idade, e a busca ativa a cada dois anos.

Agora, especialistas defendem que esse movimento seja ampliado ao SUS. Para eles, é hora de construir uma política de rastreamento mais eficaz e inclusiva, baseada em evidências científicas e na realidade das brasileiras. Uma política que garanta a todas as mulheres o direito ao diagnóstico precoce, ao tratamento oportuno e à dignidade no cuidado com a saúde.

Fonte: Itatiaia

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